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Pochmann: Retrato da regressão produtiva no Brasil

Por ter deixado de investir, setor privado perdeu dinamismo, ocupa menos e paga pior. Atividades do setor público e até de subsistência tornaram-se a alternativa, frente à desindustrialização dramática e o retorno do passado agrarista

Por: Marcio Pochmann

A partir da década de 1940, os estudos sobre a superação do subdesenvolvimento passaram a ganhar importância nacional, buscando superar a hegemonia do pensamento liberal da época, que defendia a vocação agrarista no Brasil. Tratava-se, então, de transitar da antiga e primitiva condição de sociedade periférica, pertencente às regiões agrárias atrasadas do mundo, para a moderna realidade das regiões urbanas.

Nesse sentido, Caio Prado Júnior (Formação do Brasil Contemporâneo, 1942) apresentou a questão essencial da transformação da enorme massa social pobre e inorgânica ao capitalismo em proletários urbanos associados a direitos sociais e trabalhistas. Pelo projeto dos tenentistas, posto em marcha pela Revolução de 1930, a construção da sociedade do trabalho se traduziria pela industrialização e urbanização nacional, conforme identificado posteriormente por Wanderley Guilherme dos Santos (Cidadania e justiça, 1979).

 

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