‘Tudo ou nada eleitoral’ e ‘demonstração de força’: como imprensa internacional viu o 7 de Setembro
8/setembro/20220
Os festejos do bicentenário da independência do Brasil deste ano foram acompanhados de perto pela imprensa internacional. Em reportagens sobre as manifestações bolsonaristas em Brasília e no Rio de Janeiro, muitos veículos estrangeiros ressaltam os temores de violência política ligada aos comícios que o presidente Jair Bolsonaro promoveu com seus apoiadores em torno dos eventos oficiais do Sete de Setembro.
Para veículos jornalísticos como Associated Press (EUA), CNN (EUA), Público (Portugal) Diário de Notícias (Portugal), Le Monde (França), Al Jazeera (Catar), Independent (Reino Unido) e El País (Espanha), Bolsonaro se apropriou de uma data nacional tradicionalmente apartidária para promover sua campanha pela reeleição.
A agência de notícias americana Associated Press (AP) afirmou que Bolsonaro transformou uma data nacional em comício eleitoral, mas “não usou sua presença para minar as eleições como seus oponentes temiam”. E, apesar “dos temores de violência política, eles não se materializaram”.
“Ao falar no comício depois da parada em Brasília, Bolsonaro não fez referência à luta brasileira pela independência, mas focou seus feitos enquanto seus apoiadores deixavam claro que estavam ali para apoiar o candidato.”
O texto da AP, assinado pelos jornalistas Carla Bridi e Mauricio Savarese, cita declarações de apoiadores de Bolsonaro, críticas do presidente ao ex-presidente Lula e a participação de militares no evento e a presença ao lado do presidente de um dos empresários investigados pela Polícia Federal sob suspeita de participação em atos antidemocráticos.
A emissora americana CNN, que cita “paranoia eleitoral e temores de revolta popular”, afirma que Bolsonaro mudou a tradicional celebração do Sete de Setembro neste ano para fins políticos.
“Ainda que o Dia da Independência deva supostamente ser um feriado nacional apartidário, o presidente frequentemente se referiu a ele como um momento-chave de sua campanha pela reeleição, falando a seus apoiadores para se prepararem para ‘dar suas vidas’ naquele dia — uma escalada retórica até mesmo para o espontâneo líder populista”, afirma texto assinado por Marcia Reverdosa, Rodrigo Pedroso e Camilo Rocha.
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