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Com tanto foco na China, o Brasil enxerga o resto da Ásia?

Exportações brasileiras para países asiáticos excluindo o gigante chinês mais que dobraram desde 2010, superando as para o Mercosul. Mas potencial de mercados da “Ásia sem China” ainda é subexplorado, afirmam analistas.

Por: Nilson Brandão | Créditos da foto: Nelson Almeida/AFP. Entre 2010 e 2022, as exportações brasileiras para a “Ásia sem China” saltaram 104%

Principal parceiro comercial do Brasil, a China vem dominando a pauta exportadora brasileira nos últimos anos. Mas, para além do gigante asiático, o continente reúne outros mercados dinâmicos, motores de desenvolvimento econômico. A chamada “Ásia sem China” já é o segundo maior destino das exportações brasileiras, ao lado da União Europeia (UE) e bem à frente do Mercosul, mas deveria estar mais no foco do Brasil, apontam analistas ouvidos pela DW.

“Acho que ainda há um grande desconhecimento sobre a Ásia, de maneira geral. Concordo que a China atraiu atenções nos últimos tempos, mas gosto muito da ideia de a gente tratar da ‘Ásia menos China’. Tirar a China da Ásia, sob o ponto de vista analítico, é útil porque nos permite enxergar nuances que somem quando você tem um país do peso econômico como o chinês no grupo”, analisa a secretária de Comércio Exterior do governo federal, Tatiana Prazeres.

Um levantamento realizado pelo Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea) a pedido da DW revela o dinamismo das exportações brasileiras para os países asiáticos, além da já conhecida expansão do comércio com a China.

“As vendas para os países asiáticos, excluindo a China, já se igualaram às exportações para a União Europeia. Superaram, inclusive, em 2021. Destaco também a queda do comércio com o Mercosul”, aponta Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos em Comércio Internacional do Ipea.

Entre 2010 e 2022, as exportações para a “Ásia sem China” saltaram 104%, enquanto as vendas para a União Europeia cresceram 30%. O Brasil exporta mais para os países asiáticos (excluindo China) do que para o Mercosul e o Oriente Médio somados.

Na prática, em 2022, o Brasil vendeu 28% de tudo o que exportou para a China, 16% para a União Europeia (UE), 15% para a região da Ásia excluindo China, e 7% para o Mercosul. Nos dois últimos anos, a UE e países asiáticos estiveram praticamente nos mesmos patamares na pauta brasileira.

 

Veja em: https://www.dw.com/pt-br/com-tanto-foco-na-china-o-brasil-enxerga-o-resto-da-%C3%A1sia/a-65516410

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