Amazônia: em palco criado por Lula, líderes cobram países ricos, mas não chegam a acordo sobre petróleo e desmatamento
9/agosto/20230
Por: Leandro Prazeres | Crédito Foto: Antonio Lacerda/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK. O presidente Lula com líderes sul-americanos presentes na cúpula.
Convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Cúpula da Amazônia chegou ao fim do seu primeiro dia nesta terça-feira (8/8) marcada pela dificuldade dos países em encontrar consensos sobre pontos considerados chave em relação à preservação do bioma e ao combate às mudanças climáticas.
Havia a expectativa de que os países chegassem a uma meta comum de desmatamento zero até 2030, mas o acordo não veio. A exploração de petróleo na Amazônia também foi um dos focos de divergência ao longo das reuniões desta terça-feira.
A Cúpula da Amazônia foi organizada pelo governo brasileiro a pedido do presidente Lula. Ela reúne chefes-de-Estado e líderes dos oito países da região na capital paraense até a quarta-feira (9/8).
O evento vinha sendo tratado como uma espécie de ensaio para a diplomacia brasileira para a 28º Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-28), que será realizada no final do ano, nos Emirados Árabes Unidos.
Ao final desta terça-feira, uma declaração conjunta acordada por todos os países foi divulgada.
O documento tem mais de 100 parágrafos e não trouxe a esperada meta comum de desmatamento zero na Amazônia até 2030. A meta foi assumida por Lula no início do ano. No programa Conversa com o Presidente, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Lula disse que gostaria de sair da cúpula com uma política “unificada” sobre meio ambiente durante a COP-28.
“A ideia básica é a gente sair daqui preparado para, de forma unificada, todos os países que têm floresta terem uma posição comum nos Emirados Árabes durante a COP28 e mudar a discussão”, disse Lula.
O termo “desmatamento” aparece 13 vezes no documento, mas a meta de que todos o países aderissem à taxa zero até 2030 não aparece.
No lugar desse compromisso, os países prometeram estabelecer uma “Aliança de Combate ao Desmatamento entre os Estados Partes” que contempla metas nacionais menos ambiciosas que a de desmatamento zero até 2030.
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