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Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada

Graziela Santos, membro da etnia Karapanã e originária de uma comunidade próxima de Manaus, quer ser a primeira mulher indígena do Brasil a se classificar para os Jogos Olímpicos.

Sonho do seu próprio centro de treinamento

As próximas semanas decidirão se o grande objetivo, que é a Olimpíada, realmente se concretizará. No entanto, Graziela, seu irmão Gustavo e a fundação já deram o exemplo. No programa de TV do apresentador Luciano Huck, os ativistas da FAS ganharam dinheiro diante de uma audiência de milhões de pessoas, com o qual pretendem realizar seu sonho: a construção de um centro de treino de tiro com arco na região amazônica.

“Estou convencida de que investir em atletas indígenas é um caminho de sucesso”, diz a atleta. “Viemos de aldeias e comunidades distantes de Manaus. E não temos condições financeiras de viajar para Manaus e morar lá o ano todo, pagar pelos materiais e nos manter em um bom campo de treinamento e nos alimentar como atletas de ponta.”

Graziela Santos atirando com arco e flecha no campo de treinamento
Graziela mora e treina em Maricá, no estado do Rio, a milhares de quilômetros de distância de sua aldeia natal. Foto: Tobias Käufer

No entanto, um centro de treinamento na região ofereceria a oportunidade de transmitir experiência a outros jovens locais. “A construção levará à descoberta de grandes talentos que temos em nosso povo, e é importante que esses jovens não deixem sua terra natal cedo, mas fiquem perto de suas famílias”, diz Santos e prevê: “Teremos mais atletas de ponta que representam os povos indígenas.”

Modelo para outros povos indígenas

Por enquanto, no entanto, todo o foco está na classificação para a Olimpíada. A próxima chance de conseguir uma vaga olímpica é na Turquia. “Temos que ficar entre as quatro melhores equipes”, diz Graziela. “Estamos nos preparando intensamente para isso e participando de competições internacionais. Essas competições no exterior são muito importantes para lidarmos com a pressão e continuarmos melhorando.”

Graziela Santos se sente uma pioneira e um exemplo para outras mulheres indígenas. “Meu exemplo mostra que somos capazes de estar aqui”, diz. “Podemos escolher nossos objetivos e provar que um dia os alcançaremos.”

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