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Primeira Turma do STF decide manter suspensão do X no Brasil

Os cinco ministros do colegiado votaram a favor de manter decisão do relator Alexandre de Moraes de bloquear a rede social de Elon Musk, até que empresa cumpra determinações como pagar multas e indicar representante.

Por: Alice de Souza | Crédito Foto: Jorge Silva/REUTER.  Rede social X foi banida do território brasileiro por decisão de Alexandre de Moraes

Os cinco ministros que compõem a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) votaram nesta segunda-feira (02/09) a favor da decisão de Alexandre de Moraes de suspender a rede social X no Brasil.

O julgamento aconteceu em plenário virtual, e os ministros manifestaram seus votos no sistema eletrônico da corte.

Moraes, que integra a Primeira Turma, manteve em seu voto a suspensão da plataforma até que todas as ordens judiciais sejam cumpridas, a empresa tenha um representante legal no Brasil e pague as multas devidas, que ultrapassam R$ 18 milhões.

Além do próprio Moraes, votaram os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

O primeiro a votar foi Alexandre de Moraes, que reiterou a decisão de manter a suspensão da plataforma e multar quem utilize ferramentas tecnológicas, como o VPN, para burlar a decisão e acessar o X. Moraes classificou a tentativa de não cumprir as determinações judiciais como “bizarra”, mencionando reportagem da Folha de S. Paulo que afirma que o empresário Elon Musk, dono do X, cumpriu medidas semelhantes na Índia e na Turquia

O magistrado também afirma que há uma tentativa de instituir um “ambiente de total impunidade e terra sem lei nas redes sociais brasileiras”, inclusive durante as eleições municipais deste ano.

O ministro Flávio Dino foi o segundo a votar e acompanhou a decisão de Moraes, baseando sua argumentação na soberania nacional. Em seu voto, o ex-governador do Maranhão e ex-ministro da Justiça do governo Lula afirmou que “a liberdade de expressão é um direito fundamental que está umbilicalmente ligado ao dever da responsabilidade”.

Para Dino, o X parece se considerar acima do “império da lei” ao descumprir as decisões judiciais expedidas pelo STF. “O poder econômico e o tamanho da conta bancária não fazem nascer uma esdrúxula imunidade de jurisdição”, afirmou. O ministro acrescentou que não há liberdade sem regulação. “Se todos pudessem fazer o que quisessem, da forma como quisessem, não existiriam instituições como o lar, a família, a Igreja, o Estado.”

Em seu voto, Zanin considerou “extremamente grave” o descumprimento das decisões do STF. “Ninguém pode pretender desenvolver suas atividades no Brasil sem observar as leis e a Constituição Federal”, observou o ministro. O magistrado afirmou que tanto a suspensão temporária do funcionamento do X Brasil “como a proibição – também provisória – da utilização e das comunicações com a plataforma por meio de subterfúgio tecnológico” têm amparo legal.

Último a se manifestar, o ministro Luiz Fux fez uma ressalva em relação ao voto de Moraes. Ele ponderou que a suspensão do X é válida, desde que “não atinja pessoas naturais e jurídicas indiscriminadas e que não tenham participado do processo”.

Fux também afirmou que a decisão é provisória e foi dada em caráter de urgência, e que o impacto da medida pode ser reanalisado em outro julgamento.

 

Veja em: https://www.dw.com/pt-br/primeira-turma-do-stf-decide-manter-suspens%C3%A3o-do-x-no-brasil/a-70110605

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