Por Paulo Kliass / Créditos da foto: (Pablo Vergara)
Um dos inúmeros problemas causados pelo governo Bolsonaro a nosso País refere-se à destruição do Estado e ao desmonte das políticas públicas. Esse é o foco do Ministro Paulo Guedes e da turma do financismo que resolveram apostar todas as suas fichas na eleição do ex capitão em outubro de 2018. Para esse pessoal, pouco importava que o candidato fosse um ardoroso defensor da ditadura militar e de suas práticas criminosas, como a tortura e o assassinato de todos aqueles e aquelas que se opusessem ao regime. O importante é que ele levasse a cabo suas ideias de privatização e de redução das capacidades estatais à sua dimensão mínima.
Um dos aspectos mais relevantes da existência de um setor público robusto e organizado diz respeito à sua capacidade de colaborar de forma efetiva para a construção de um projeto nacional de desenvolvimento, onde a redução das desigualdades sociais e econômicas sejam alguns de seus pontos centrais. É dramático que falar em uma nação mais justa, com maiores oportunidades de renda e trabalho para todos, com menores índices de concentração de renda e com menor agressividade ao meio ambiente tenham se tornado palavrões nesse ambiente de intolerância, preconceito e fundamentalismo. Tudo coisa de comunista, no dizer do chefe maior de um governo assentado no favorecimento às milícias.
Ora, diante de tal quadro, salta aos olhos a situação no campo e no sistema financeiro. Ambos são o retrato mais acabado de um organismo social doentio, onde as elites só se preocupam com a chamada maximização do lucro no curto prazo. O modelo atual do agronegócio e o sistema dos bancos e demais instituições do universo das finanças nos levam a um mundo de injustiça, destruição e mortes. A produção agropecuária é voltada às exportações, com o uso intensivo de agrotóxicos, transgênicos e outros venenos. Com pouca geração de emprego e destruição dos recursos naturais, o uso da terra é concentrado nas grandes propriedades e não se destina à produção de alimentos saudáveis para a população brasileira.
Para o agronegócio e o financismo, tudo!
O sistema financeiro é conhecido de todos pela irresponsabilidade para com o presente e o futuro de nossa sociedade. Ao invés de se orientar pelo apoio a projetos de maior contribuição para a produção nacional e voltados às necessidades da maioria, o modelo premia os ganhos com a especulação e o rentismo parasitário.
Ora, face a tal situação, as entidades que apresentam projetos alternativos aos defendidos pelo governo atual são marginalizadas e criminalizadas. O caso da luta pela reforma agrária e por um modelo agropecuário justo e sustentável é emblemático. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) luta há décadas por uma nova forma de produzir e organizar as atividades no campo. Construiu uma rede importante de assentamentos e acampamentos espalhados por todo o território nacional, contribuindo de forma responsável e solidária para a consolidação de uma nova forma de agricultura e pecuária.
Atualmente o movimento conta com mais de 160 cooperativas e um número superior a 120 agroindústrias, coordenando mais de 1.900 associações de trabalhadores sem terra e 400 mil famílias assentadas por todo o Brasil. O MST nos oferece cotidianamente exemplos de que outro mundo é possível. Além de lutar por um Brasil mais justo, ele avançou muito e já produz, nas condições em que lhe é permitido operar, alimentos de forma saudável. Apear de muito boicotado pelas forças do “establishment”, consegue se impor como modelo alternativo, oferecendo melhor qualidade de vida no campo e alimentos baratos e saudáveis nas cidades.
Saiba mais em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia-Politica/Vida-longa-ao-MST-/7/51189
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