Em 2015, a então Prefeita Cátia Ferreira de Água do Norte procurou o Programa Interdisciplinar Trópico em Movimento da Universidade Federal do Pará para externar as suas preocupações sobre o destino de um Munícipio que
— vive literalmente encurralado entre dois megaprojetos minerais, o Onça Puma em Ourilândia do Norte e o S 11 D em Canaã dos Carajás que, por mais que estejam afetando a vida cotidiana em Água Azul, não proporcionam nenhum efeito de compensação financeira para a população local,
— encontra a sua base econômica numa pecuária extensiva que, por sua vez, empobrece os criadores de pequeno e médio porte,
— abriga, ainda, aproximadamente ¾ do seu efetivo demográfico na zona rural e
— depende como entidade jurídico-administrativa das transferências dos Governos Federal e Estadual.
Partindo desta realidade, o grupo de pesquisa do Trópico (Thomas A. Mitschein, Jadson F. Chaves, Pedro Saviniano Miranda, Breo Imbiriba, Fidelis Paixão) analisou as condições sociais, econômicas e ambientais do Município, apresentando, inclusive, insumos para a viabilização de um ciclo virtuoso de desenvolvimento local, capaz de priorizar as necessidades das camadas populares de Água Azul a partir da agricultura familiar. Ver páginas 141-155/ link https://e0458a9b-c05b-4d6e-890d- 13cf4e06fe7f.filesusr.com/ugd/6d7e5a_f8233384f6bb4ff7ad2f80f2c85cbfa2.pdf
Reproduzimos esta proposta aqui e agora por duas razões, fundamentalmente: Primeiro, porque o atual avanço do cenário da destruição socioambiental no continente amazônico exige imperiosamente a intensificação do debate sobre as alternativas sustentáveis de desenvolvimento em nível local. Segundo, por que a proposta para Água Azul do Norte contém elementos básicos dos conhecimentos e das experiências acumulados do nosso finado agrônomo amazônico Pedro Saviniano Miranda. Neste sentido, esta versão do Debate em Movimento se apresenta, também, como uma lembrança a um companheiro de trabalhou e amigo que nos deixou alguns dias atrás.
Thomas A. Mitschein
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