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Crise histórica já se delineia na América Latina

Democracias e Estado de Direito sob pressão, população mais pobre, grave recessão: no mundo pós-pandemia, região estará diante dos maiores desafios políticos e econômicos dos últimos 50 anos.

Com um atraso de três meses em relação à Europa, a América Latina está prestes a se tornar o epicentro global da crise de coronavírus. Provavelmente, levará até julho para que as infecções por covid-19 se estabilizem. No Brasil, o pico de mortes não é esperado até o início de agosto.

Nesse cenário, já são possíveis algumas previsões de como a América Latina vai mudar como resultado da crise.

A região está entrando em sua pior recessão desde as crises de endividamento dos anos 1980. A situação é surpreendentemente parecida como a daquela época. Hoje, como então, a dívida externa dos Estados está aumentando rapidamente ‒ atualmente devido às medidas sociais resultantes do combate à covid-19, no passado por causa dos investimentos estatais.

Também desta vez, caíram a demanda e os preços do petróleo, assim como de alguns produtos agrícolas e de mineração. Para um exportador de commodities energéticas e não energéticas como a América do Sul, essa é uma péssima combinação, porque a capacidade de honrar suas dívidas está diminuindo.

Serão inevitáveis novas crises da dívida externa, algo que Equador e Argentina estão tentando agora evitar com negociações. Resta saber como os investidores financeiros e os bancos multilaterais de desenvolvimento reagirão a uma crise regional de endividamento.

Os investidores financeiros privados já estão retirando seu capital da região. Como investidor, a China poderia aproveitar a situação e emprestar dinheiro a países que perderam sua credibilidade, em troca de garantias nas áreas de agricultura, mineração e energia.

O enfraquecimento das moedas também está impedindo que se façam futuros empréstimos no exterior. Os juros e os pagamentos em dólares tornaram-se proibitivamente caros para todos aqueles que não ganham na moeda americana. Os pesos e o real mais fracos também têm vantagens: os déficits da balança comercial, por exemplo, se reduzem mais rapidamente porque os países (possivelmente) importam menos.

Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/crise-hist%C3%B3rica-j%C3%A1-se-delineia-na-am%C3%A9rica-latina/a-53590625

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