APRESENTAÇÃO
Ao ser convidado para escrever a apresentação desta homenagem, se assim podemos chamar, um Tributo a Eduardo Galeano (1940 – 2015), no dia do quinto aniversário de sua morte, deparei-me com uma tarefa (que mostrou-se) estranha, difícil e, ao mesmo tempo, prazerosa. Prazerosa porque, o que dele li, são textos de uma beleza ao mesmo tempo vibrante, calmamente sincera e muito contundente, um dizer muito franco e honesto, sem subterfúgios, e essas são características que nele aprecio muito e admiro muito; difícil, porque Galeano não é o tipo do escritor que se pode incluir em um determinado gênero literário, porque além de jornalista, ele trafegou à vontade por muitos gêneros, e não há com quem compará-lo, e nem como definir sua escrita, ela é simplesmente singular; estranha, porque com Eduardo também penetramos em um mundo de sutilezas, onde corpo e alma não são distintos, como ele mesmo afirmava, propondo-nos a junção desses dois estados, em um corpalma ou em um almorpo, sendo ele mesmo um sentipensante. Assim, tudo o que vai aqui adiante, vai assim, meio aos tropeços, e até timidamente. Não se pode enxergar completamente Eduardo Galeano, o poeta, o escritor e o jornalista, porque é algo que só se vê lendo e, lendo, é como entrar em uma conversa que sempre, saudavelmente, revela novos rumos e nos chama à ação.
João José de Melo Franco
Rio de Janeiro, 13 de maio de 2020
INDIGNAÇÃO É FUNDAMENTAL!
Todo mundo tem uma perna no inferno. Eduardo Galeano tinha as duas, segundo a direita cristã (esta que é abertamente contrária ao atual papa Francisco), os banqueiros e seus juros, a elite local, sempre subserviente aos mandos e desmandos dos países do norte, os pastores de carteirinha e de dízimos, os psicanalistas de balcão e suas igrejinhas de mercado, os filósofos copiadores e emendadores de textos, e os que gostam de dar porradas em quem ousa falar verdades.
Pois é assim que a coisa funciona aqui na nossa América Latina, com os mandos e desmandos dos defensores do neoliberalismo, que vem se lambuzando com o Estado Mínimo, o autoempreendedorismo indigente e a Informalidade persecutória. São eles nossos acusadores e os nossos juízes, e decidem quais devem ser as nossas virtudes sociais, políticas e econômicas, além de rirem do nosso amor pela vida, que para eles nada é além de cifra.
Saiba mais em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Memoria/Galeano-lider-dos-indignados-apresentacao/51/47154
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