A Noruega está financiando um conjunto de dados de satélite exclusivo sobre as florestas tropicais do mundo, como a Amazônia brasileira — o que pode representar um “divisor de águas” na luta contra o desmatamento.
Por Jonathan Amos
O mapa, com imagens de alta resolução, cobre 64 países, inclusive o Brasil, será atualizado mensalmente.
Seu diferencial é que poderá ser acessado por qualquer pessoa e gratuitamente.
O governo norueguês está financiando o projeto por meio de sua Iniciativa Internacional para o Clima e as Florestas (NICFI).
O conjunto de dados deve ser “uma enorme ajuda na luta contra o desmatamento”, de acordo com Sveinung Rotevatn, ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega.
“Há muitas partes do mundo onde imagens de alta resolução simplesmente não estão disponíveis, ou onde estão disponíveis — as ONGs, comunidades e universidades nesses países não podem pagá-las porque são muito caras”, diz ele à BBC.
“Então, decidimos pagar a conta do mundo, basicamente”, acrescenta. O NICFI concedeu um contrato de US$ 44 milhões (R$ 250 milhões) a Airbus, Planet e Kongsberg Satellite Services (KSAT) pelo acesso a fotos e conhecimento especializado.
A gigante aeroespacial europeia Airbus está abrindo seu arquivo de imagens Spot desde 2002.
A Planet, sediada nos Estados Unidos, opera a maior constelação de satélites de imagem em órbita atualmente. A empresa sediada em San Francisco, na Califórnia, obtém uma imagem completa da superfície terrestre diariamente (se as nuvens permitirem) e fornecerá a maior parte dos dados para o mapa mensal daqui para frente.
A KSAT unirá as informações e fornecerá suporte técnico aos usuários. Imagens de satélite são importantes para o combate ao desmatamento.
Um vídeo divulgado pela Planet mostra, por exemplo, um trecho da Amazônia brasileira sendo sistematicamente derrubado ao longo de um período de três anos.
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