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Número de alertas de desmatamento na Amazônia em setembro é o segundo pior desde 2015

Segundo dados do INPE, 964 km² de floresta amazônica no país ficaram sob alerta no mês passado. Número só é menor que setembro de 2019, quando área chegou a 1.454 km²

Diogo Magri

O Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE), responsável por monitorar o desmatamento no Brasil, divulgou nesta sexta-feira (9) os dados de setembro na Amazônia Legal, área delimitada pelo Governo que contempla nove Estados brasileiros com vegetação amazônica e corresponde até 59% do território do país. Segundo o órgão federal, 964 quilômetros quadrados de floresta amazônica estiveram sob alerta de desmatamento em setembro, o segundo pior número do mês desde que o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) começou a fazer os alertas sobre a cobertura florestal, em 2015.

A maior área sob alerta de desmatamento em um mês de setembro foi em 2019, quando o Deter apontou o risco em 1.454 quilômetros quadrados da Amazônia Legal. O levantamento do INPE é feito desde 2015. De lá para cá, os alertas vêm subindo ano a ano: 497 quilômetros quadrados em 2015, 691 quilômetros quadrados (2016) e 746 quilômetros quadrados (2018). Entre 2015 e 2018, a média mensal de alertas de desmatamento feitos pelo Deter foi de 576 km². Desde 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, o número mensal saltou para 1.189 km². De acordo com o Observatório do Clima, rede composta por 52 organizações não governamentais e movimentos sociais, as queimadas na Amazônia entre maio e setembro foram 21% maiores do que no mesmo período do ano passado.

Entre os nove Estados que contemplam a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocatins), o Pará foi onde registraram a maior área em alerta: 426 quilômetros quadrados, seguidos dos 184 km² do Mato Grosso e 157 km² de Rondônia. São Félix do Xingu, no Pará, foi o município que mais desmatou, com mais de 70 quilômetros quadrados.

O vice-presidente Hamilton Mourão comanda há cinco meses a Operação Verde Brasil 2, que mobiliza parte das Forças Armadas para combater os desmatamentos e queimadas na Amazônia. Mesmo assim, o Observatório do Clima alerta que, nos meses mais secos do ano (maio a setembro) que corresponde à atuação da Operação, o desmatamento segue duas vezes maior do que nos três anos anteriores da série. No início de outubro, o Governo nomeou o engenheiro Clezio Marcos De Nardin como diretor do Instituto, substituindo o interino militar Darcton Policarpo Damião.

Saiba mais em: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-10-10/numero-de-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-em-setembro-e-o-segundo-pior-desde-2015.html

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