Na Operação Mantiqueira, realizada em 2020, candidatos as Forças Especiais do Exército foram treinados para enfrentar organizações de esquerda, colocadas como os principais inimigos
Por: Redação Esquerda Diário / Créditos da foto: (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
Segundo documentos divulgados pelo site The Intercept, na Operação Mantiqueira de 2020, realizada na cidade de Piquete, no interior de São Paulo, os inimigos enfrentados pelos candidatos a Força Especial do Exército foram os militantes do “Movimento de Luta pela Terra”, o MLT.
Ainda segundo o roteiro, o MLT seria uma dissidência do “Partido dos Operários” (PO), e que recruta pessoas para o “Exército de Libertação do Povo Brasaniano” (ELPB). As organizações são referências claras ao PT, ao MST e Exército de Libertação Nacional da Colômbia, ainda que existam no país “fictício” de Brasânia. O ELPB é descrito como um grupo criminal que também possui objetivos políticos no exercício que emula o massacre à Guerrilha do Araguaia, e ainda faz coro com a ideia delirante de que a mídia apoiaria a esquerda no Brasil, ao dizer que “Uma ala mais tendenciosa da imprensa vem acompanhando o ELPB de forma velada, com notícias que buscam divulgar o caráter ‘democrático e de liberdade’ que o ELPB ‘defende’”.
O coletivo Mídia Ninja também aparece no documento, mas com o nome de “Mídia Samurai”. Na história, aparecem ainda “Pedro João Cavalero”, referência a João Pedro Stédile, do MST, e “a deputada estadual Erica Ericsson”, que segundo o The Intercept, seria uma referência a deputada estadual paulista Erica Malunguinho, ou a vereadora de São Paulo Erika Hilton, ambas mulheres trans e negras do PSOL.
Este exercício deixa claro quem são aqueles vistos como inimigos pelo Exército, cuja função primordial é reprimir os trabalhadores e os movimentos de esquerda, como já foi visto na Ditadura empresarial-militar e também nas favelas do Rio de Janeiro, mais recentemente.
Comente aqui