A DW reuniu alguns dos políticos e personalidades citados na investigação internacional sobre paraísos fiscais. Jornalistas analisaram 11,9 milhões de documentos.
Paulo Guedes
O ministro da Economia tem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas. Ele abriu a empresa nesse paraíso fiscal em 2014, e até 2015 havia 9,5 milhões de dólares depositados. Guedes não esclareceu se fez movimentações depois que entrou para o governo, em 2019. Ele respondeu que se desvinculou de toda sua atuação no mercado privado, mas críticos veem conflito de interesses com seu cargo de ministro.
Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, consta nos documentos como dono de uma offshore no Panamá, a Cor Assets. Ela foi criada em 2004 e tinha um capital inicial de 1,09 milhão de dólares. Campos Neto fechou a empresa, mas só em agosto de 2020, quando já estava havia vários meses na chefia do Banco Central.
Sebastian Piñera
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, vendeu a mineradora Dominga ao empresário Carlos Alberto Délano. A venda teve um acordo assinado no Chile, no valor de 14 milhões de dólares, e outro nas Ilhas Virgens Britânicas, por 138 milhões de dólares. A transação ocorreu nove meses depois de Piñera assumir o governo e estava condicionada à não criação de uma área de proteção ambiental.
Guillermo Lasso
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, controlou 14 empresas offshore, a maioria com sede no Panamá, que foi fechando depois de o antigo governo aprovar lei que proíbe candidatos presidenciais de terem empresas em paraísos fiscais. Lasso declarou que depositou dinheiro no exterior porque “a lei impede banqueiros de investirem no país” e que o patrimônio resulta do trabalho no Banco Guayaquil.
Shakira
O nome da cantora colombiana Shakira aparece nos registros de três empresas nas Ilhas Virgens Britânicas. As empresas foram abertas em abril de 2019, quando as autoridades da Espanha já estavam investigando as finanças da pop star. Ela negou irregularidades.
Tony Blair
Os documentos mostram que o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e sua esposa, Cherie Blair, adquiriram um edifício vitoriano em Londres de 7,6 milhões de libras ao comprarem uma offshore imobiliária da família do ministro da Indústria do Bahrein. Ao comprar a empresa proprietária do prédio em vez de o prédio, o casal evitou o pagamento de 400 mil libras em impostos.
Volodimir Zelenski
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que também é ator, tinha ações de uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, com a finalidade de ter participações em empresas de produção e distribuição cinematográficas. Um mês antes de vencer a eleição, em 2019, ele se desfez de suas ações, que vendeu para um amigo e parceiro de negócios que se tornou seu assessor político.
Rei Abdullah 2º
Os documentos mostram que o rei da Jordânia, Abdullah 2º, está ligado a mais de 30 empresas offshore. Ele comprou três mansões, ao custo total de 68 milhões de dólares, por meio de empresas de fachada, durante os protestos da Primavera Árabe. A casa real da Jordânia afirmou que não é segredo que o rei tem propriedades e acrescentou que as informações divulgadas foram distorcidas e exageradas.
Veja em: https://www.dw.com/pt-br/personagens-do-esc%C3%A2ndalo-pandora-papers/g-59401396
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