Nos 76 anos da libertação do campo de concentração de Buchenwald, Steinmeier diz que esquecer pode levar a que horrores se repitam: “Foi uma ditadura, mas foram pessoas, os alemães, que fizeram isso com outras pessoas”.
A Alemanha lembrou neste domingo (11/04), em uma cerimônia na cidade de Weimar, os 76 anos da libertação dos campos de concentração nazistas de Buchenwald e Mittelbau-Dora, na região central do país.
Em discurso durante a cerimônia, o presidente Frank-Walter Steinmeier alertou para possíveis consequências do esquecimento da barbárie causada pela Alemanha nazista. “Qualquer um que não se lembre mais do que aconteceu”, disse ele, “também esquece o que poderá acontecer.”
“Sim, foi uma ditadura, um regime nacional-socialista que foi responsável pelos crimes mais cruéis e por um genocídio”, enfatizou o presidente. “Mas foram as pessoas, os alemães, que fizeram isso com outras pessoas”.
Steinmeier apelou aos alemães que confrontem “quem deliberadamente despreza a dignidade das vítimas hoje”. Ele afirmou que é importante manter viva a memória dos assassinados pelo regime nazista.
Dezenas de milhares de mortos
Entre 1937 e 1945, os nazistas enviaram quase 280 mil pessoas de toda a Europa para Buchenwald e seus 139 campos satélites. Pelo menos 56 mil pessoas foram mortas.
A maioria dos prisioneiros inicialmente eram presos políticos, mas após a Noite dos Cristais, em 1938, muitos judeus também foram enviados para lá.
Pessoas de outros grupos visados pelos nazistas, incluindo poloneses e eslavos, povos roma e sinti, comunistas, homossexuais e pessoas com doenças mentais ou incapacidades físicas também foram encarceradas em Buchenwald.
Os prisioneiros foram assassinados, usados em experiências médicas ou morreram devido à fome, doenças ou ao frio, enquanto eram forçados a trabalhar fabricando armas para o regime nazista.
Em Mittelbau-Dora, que inicialmente estava ligada a Buchenwald e mais tarde se tornou um campo dirigido separadamente, cerca de 60 mil pessoas foram encarceradas. Um terço delas morreu.
Ambos os campos ficam no que hoje é território do estado da Turíngia. Além de Steinmeier, compareceram à cerimônia neste domingo o governador do estado, Bodo Ramelow, e os sobreviventes do Holocausto Eva Fahidi-Pusztai e Alex Hacker.
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