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Como evitar que a direita ganhe a batalha das ruas

Dois fatores – um de longo prazo, outro conjuntural – explicam por que o bolsonarismo parece mais capaz de mobilização popular que a esquerda. Sem reverter o processo, a ameaça fascista persistirá – e poderá levar ao cerco de um governo Lula

Por: Antonio Martins

Que Jair Bolsonaro ainda sonha com a vitória em outubro, é evidente – inclusive por temer a investigação de seus múltiplos crimes, assim que afastado do poder. Que ele tentará o golpe, se tiver condições para tanto, também é claro. Mas talvez tenha escapado à maior parte das análises sobre o 7 de setembro bolsonarista um terceiro objetivo, complementar aos dois primeiros e muito mais factível que ambos. Começou na quarta-feira, a quatro semanas do primeiro turno, a tentativa de emparedar nas ruas um possível governo Lula.

Quem a promove é a ultradireita, mas ela poderá, mais tarde, interessar a outras forças do arco conservador. Por isso, é preciso compreendê-la, reconhecer sua gravidade e iniciar, desde já, as ações que permitirão desarmá-la. A equação pode ser descrita em três termos: a) o bolsonarismo tornou-se, momentaneamente, mais capaz de promover a mobilização política das multidões que a esquerda; b) se esta situação perdurar, ela minará as forças de um governo Lula, levando-o ou ao desastre, ou à descaracterização; c) o cenário pode ser revertido, mas para isso é preciso buscar, na história recente do país, o que levou a ele.

 

Veja em: https://outraspalavras.net/movimentoserebeldias/como-retomar-da-direita-a-maioria-nas-ruas/

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