País diminuiu investimento em ensino entre 2015 e 2021. Gasto por aluno é um terço da média da OCDE. Já os professores brasileiros trabalham mais e recebem menos.
Os profissionais brasileiros de ensino trabalham, em média, 800 horas por ano, contra 706 horas registradas por seus pares nos demais países analisados.
Por outro lado, a educação infantil tem recebido mais atenção do governo brasileiro, que entre 2015 e 2021 aumentou em 29% a fatia dos gastos destinados a esta etapa, considerando a comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) ano a ano. A média da OCDE é de apenas 9%.
O país também tem assumido a dianteira no indicador que analisa o tempo de ensino obrigatório, definido em 13 anos no Brasil, dois anos a mais que os demais países analisados
Jovens “nem-nem” são 1 a cada 4 brasileiros
A quantidade de jovens de 18 a 24 anos que não estudam e nem trabalham, os chamados “nem-nem”, caiu entre 2016 e 2023 em todos os países da OCDE, e também no Brasil.
A média brasileira, porém, que reduziu de 29,4% para 24%, ainda é considerada alta. Apenas 13,8% dos jovens dos demais países analisados estão sem qualquer tipo de ocupação, enquanto um em cada quatro brasileiros se encaixa na categoria. Apenas seis países têm índice pior que o brasileiro.
O número identificado pela OCDE é maior que o registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que trabalha com idades diferentes de análise e contabilizou ao menos 10,9 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham.
Os maiores impactados pela falta de oportunidades são os jovens que não possuem educação superior e as mulheres. Apenas 44% das brasileiras entre 25 e 34 anos que não concluíram o ensino médio estão empregadas, contra 80% dos homens.
Isto acontece apesar de as mulheres desta faixa etária terem melhores índices de ensino. No Brasil, 28% delas concluíram o ensino superior, 8% a mais que os homens.
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