Povos originários do Amapá temem acidentes e ruídos de aeronaves com a exploração petrolífera. Apesar de alerta de especialistas ambientais, Ibama não questiona Petrobras sobre possível impacto sobre comunidades locais.
“Não somos contra os empreendimentos, desde que sejamos consultados […] e que nossos conhecimentos e nossas relações com nossos territórios e com os outros seres sejam considerados e respeitados.” O trecho faz parte do Protocolo de Consulta dos Povos Indígenas do Oiapoque, no Amapá. Com base no documento, os indígenas buscam ser ouvidos no licenciamento de petróleo solicitado pela Petrobras na Bacia da Foz do Amazonas.
“Nós queremos ser ouvidos no processo. Queremos ser considerados e saber como ficaremos seguros se acontecer um acidente. Porque nós e os animais vamos ser os primeiros atingidos”, reivindicou a vice-coordenadora do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), Cláudia Renata Lod Moraes. “Nossas terras indígenas são, em sua maioria, campos alagados. Como se limpam campos alagados cheios de óleo?”
Além de um possível acidente com derramamento de óleo, os indígenas temem o barulho das aeronaves. Isso porque as terras indígenas Juminã, Galibi e Uaçá, que abrigam cerca de oito mil pessoas, formam um corredor entre o aeroporto do Oiapoque, usado como base aérea pela Petrobras, e o bloco 59, onde a empresa pretende perfurar um poço de petróleo exploratório.
Comente aqui