Quais são as propostas nas diretrizes de governo de Lula
22/junho/20220
Texto prevê mudança da política de preços da Petrobras, proteção para trabalhadores de aplicativos, reforma tributária para que “ricos paguem mais”, desmatamento líquido zero e política industrial.
Por: Bruno Lupion | Créditos da foto: Nelson Almeida/AFP. Lula afirmou que seu objetivo era que o Brasil voltasse a ser “soberano”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto, lançou nesta terça-feira (21/06), em um evento em São Paulo, as diretrizes do seu programa de governo.
Acompanhado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), e líderes dos outros cinco partidos da coalizão (PSOL, Rede, PC do B, PV e Solidariedade), Lula afirmou que o programa continha somente propostas que, segundo ele, são possíveis de serem executadas, e que seu objetivo era que o Brasil voltasse a ser “soberano”.
“Um país será soberano quando o seu povo for respeitado, tiver emprego, tiver educação, tiver salário, comer, tiver saúde, tiver conquistado uma cidadania digna que todo ser humano tem direito, que está na nossa Constituição, na Declaração Universal de Direitos Humanos e que está na Bíblia”, afirmou.
O texto foi coordenado por Aloizio Mercadante, que foi ministro da Ciência, da Educação e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma Rousseff e hoje preside a Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, em conjunto com os partidos da coligação.
O documento lançado nesta terça-feira servirá de base para a elaboração do programa do governo, que será apresentado mais à frente, durante a campanha. O texto tem 121 itens e 34 páginas. Estes são os pontos principais:
Revisão da reforma trabalhista
Um dos temas mencionados com frequência por Lula em seus discursos recentes é a reforma da legislação trabalhista realizada durante o governo Michel Temer, que favoreceu os acordos coletivos e criou novas modalidades de contratação, como por jornada parcial ou de trabalho intermitente.
Uma versão anterior das diretrizes vazada à imprensa falava em uma revogação completa da reforma trabalhista, o que foi considerado muito radical por alguns aliados do petista e de difícil implementação. O documento apresentado agora propõe a revogação apenas de “marcos regressivos” da atual lei trabalhista, sem detalhar quais.
O texto também propõe a aprovação de novas regras trabalhistas que criem uma “extensa proteção social” para os trabalhadores autônomos, como os de aplicativos, hoje à margem do sistema de seguridade social.
Os contornos exatos não foram divulgados. O Ministério do Trabalho também estuda um novo modelo de contribuição previdenciária para os trabalhadores de aplicativos, que inclua uma contribuição por parte das empresas, sem que seja necessário submetê-los às regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Combate à fome
As diretrizes do programa de governo de Lula também afirmam ser necessário retomar a “centralidade e da urgência no enfrentamento da fome e da pobreza”. O contexto é aumento da fome no Brasil, que hoje afeta mais de 33 milhões de pessoas, como resultado de alta da inflação, desemprego, queda de renda e enfraquecimento de políticas públicas.
O documento fala em estabelecer uma política nacional de abastecimento de alimentos, que abranja “a retomada dos estoques reguladores e a ampliação das políticas de financiamento e de apoio à produção de alimentos, aos pequenos agricultores e à agricultura orgânica”. As diretrizes ressaltam, contudo, que o enfrentamento da fome dependerá de “mais empregos e mais renda para os mais pobres”.
No tocante a programas de renda mínima, o documento indica que, se eleito, Lula retomará a marca do Bolsa Família – substituído por Bolsonaro pelo Auxílio Brasil – que será “renovado e ampliado (…) para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população”, sem mencionar valores ou regras específicas que seriam adotados.
Segurança pública
A reforma do sistema de segurança pública, que avançou pouco nos governos do PT, voltou ao programa de Lula, que promete modernizar instituições de segurança e carreiras policiais e adotar mecanismos de fiscalização e supervisão da atividade policial.
O documento fala em uma política coordenada e integrada nacionalmente para o combate a homicídios, ao crime organizado e às milícias, além de políticas públicas específicas “para as populações vulnerabilizadas pela criminalidade”.
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