Valores no mercado interno deixam de ser acoplados à importação. Estatal diminui preços de gasolina, diesel e gás de cozinha.
Créditos da foto: Buda Mendes/Getty Images. Paridade de preços da gasolina e do diesel estava em vigor desde 2016
Logo depois de anunciar o fim da paridade de preços dos combustíveis com o dólar e o mercado internacional, a Petrobras divulgou nesta terça-feira (16/05) reduções dos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
Nas refinarias da estatal, o preço da gasolina é reduzido em 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. Já o preço do diesel cai em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro, enquanto o gás de cozinha fica 21,3% mais barato, diminuição de R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.
O repasse aos consumidores desses novos valores, que vigoram já nesta terça, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos.
Os novos preços foram divulgados momentos após a Petrobras informar ter adotado uma nova política de precificação de combustíveis, encerrando a regra em vigor desde 2016, que prevê que o preço dos derivados de petróleo no mercado interno sigam as oscilações internacionais. Essa paridade impedia o governo de intervir para reduzir preços.
A nova estratégia encerrando a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação foi aprovada nesta segunda-feira pela diretoria executiva da Petrobras.
Custo ao cliente como prioridade
No chamado Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras considerava o valor do petróleo no mercado global assim como custos logísticos. A estatal informou que partir de agora as referências de mercado serão o “custo alternativo do cliente”, como valor a ser prioridade na precificação, e o “valor marginal” para a Petrobras.
Segundo a empresa, o “custo alternativo do cliente contempla alternativas de suprimento por fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”. Já o “valor marginal” da Petrobras se baseia no custo das diversas alternativas para a empresa, entre elas a produção, importação e exportação do produto.
As premissas, segundo nota divulgada pela estatal, são preços competitivos por polo de venda, participação “ótima” da Petrobras no mercado, otimização dos seus ativos de refino e rentabilidade de maneira sustentável.
“Nosso modelo vai considerar a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região, a otimização dos nossos ativos de refino e a rentabilidade de maneira sustentável”, afirmou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, segundo comunicado.
Reajustes sem periodicidade definida
A nota informa ainda que os reajustes continuarão sendo feitos sem uma periodicidade definida e evitarão repasses da volatilidade dos preços internacionais e do câmbio aos consumidores brasileiros.
“A precificação competitiva mantém também um patamar de preço que garante a realização de investimentos previstos no Planejamento Estratégico. A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com a sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando a sua atuação em equilíbrio com o mercado, ao passo que entrega aos seus clientes maior previsibilidade por meio da contenção de picos súbitos de volatilidade”, diz o texto.
As decisões sobre os preços continuam sendo subordinadas ao Grupo Executivo de Mercado e Preço, composto pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, pelo diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados e pelo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz o comunicado da empresa.
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