Proposta apresentada pelo Egito teve 153 votos a favor, incluindo o do Brasil, 10 contra e 23 abstenções.
Créditos da foto: Eduardo Munoz/REUTERS. Delegação do Egito comemora a aprovação do projeto
Reunida em Nova York, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU)aprovou nesta terça-feira (12/12), por uma ampla maioria, uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, no conflito entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas.
O projeto de resolução, apresentado pelo Egito e copatrocinado por cerca de 80 Estados-membros da ONU, obteve 153 votos a favor, 10 contra e 23 abstenções. Os votos favoráveis excederam os cerca de 140 países que têm apoiado rotineiramente resoluções que condenam a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Entre os países que votaram contra estão Israel, Estados Unidos e Áustria. Já entre os que se abstiveram estão Ucrânia, Itália, Reino Unido e Alemanha. O Brasil votou a favor.
A resolução aprovada nesta terça manifesta preocupação com a “situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza”, “exige um cessar-fogo humanitário imediato” e apela à proteção dos civis, ao acesso humanitário e à libertação “imediata e incondicional” de todos os reféns.
No entanto, da mesma forma que o texto adotado pela Assembleia Geral no final de outubro, o novo texto não condena especificamente o Hamas – uma das principais críticas frequentemente feitas por Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
Veto dos EUA no Conselho de Segurança
Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU não aprovou um texto semelhante. Embora 13 dos 15 países tenham votado a favor de uma resolução pedindo uma trégua imediata, os EUA foram contrários à ideia e, como membro permanente, exerceram seu poder de veto.
Ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança, as da Assembleia Geral não são juridicamente vinculativas. Apesar disso, refletem a opinião da comunidade internacional.
O enviado palestino às Nações Unidas, Riyad Mansour, disse que a votação marcou “um dia histórico em termos da mensagem poderosa que foi enviada pela Assembleia Geral”.
Situação à beira do colapso
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, descreveu a situação humanitária em Gaza como “extremamente precária”.
“Quero dizer, está à beira do colapso, ou muito além dele”, declarou as repórteres em Genebra, no final do evento de dois dias que marcou o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
“Há um apelo a todos e às instituições internacionais que lidam com o assunto para que o levem muito a sério”, disse Türk.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza iniciada após um ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro já deixou pelo menos 18.400 mortos, a maioria mulheres e crianças, informou nesta terça-feira o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.
A ONU estima que 1,9 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza tenham sido deslocados e, com base em imagens de satélite de alta resolução, que cerca de 18% de todas as estruturas do enclave palestino tenham sido danificadas.
Comente aqui