Cacique Raoni do Brasil testa positivo para coronavírus
Por Associated Press Press / (Bob Edme, Arquivo / Associated Press)
RIO DE JANEIRO – O cacique Raoni Metuktire, líder indígena que se tornou símbolo da luta pela preservação da floresta amazônica no Brasil, foi hospitalizado com sintomas de pneumonia e deu positivo para o novo coronavírus, informou segunda-feira o Instituto Raoni.
O líder da etnia Kayapó, de quase 90 anos, não está com febre e respira normalmente sem o auxílio de oxigênio, disse o instituto.
Raoni se reuniu anteriormente com vários líderes europeus para denunciar os apelos do presidente brasileiro Jair Bolsonaro para o desenvolvimento econômico de terras indígenas na floresta amazônica. Bolsonaro alega que tal desenvolvimento é a chave para a prosperidade econômica da população local e do país.
Cerca de 30 mil indígenas contraíram o vírus e mais de 700 morreram desde o início da pandemia, segundo dados divulgados pela Associação dos Povos Indígenas do Brasil, uma entidade sem fins lucrativos. Em 4 de agosto, uma decisão da Suprema Corte forçou o governo a apresentar em 60 dias um plano para criar barreiras sanitárias que protegem as comunidades indígenas da COVID-19.
Há um mês, Raoni ficou internado por 10 dias após sofrer diarreia e desidratação em sua casa na Reserva Indígena Xingú, no estado de Mato Grosso. Raoni também tinha pressão baixa, anemia e úlceras, e precisou receber duas transfusões de sangue.
Há anos Raoni faz campanha pela proteção das Terras Indígenas na Amazônia. Um documentário de 1978, “Raoni: The Fight for the Amazon”, contribuiu para sua fama, assim como uma turnê de 1989 com o músico britânico Sting.
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