Clipping

Líderes e ativistas ecoam grave alerta do IPCC sobre o clima

Em reação a alerta do painel da ONU sobre efeitos irreversíveis do aquecimento global, nomes como Greta Thunberg e António Guterres reforçam que é preciso agir com urgência para evitar crise climática ainda mais grave.

Ativistas, líderes mundiais e a sociedade civil reagiram ao novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que alertou nesta segunda-feira (10/08) que o mundo está a caminho de descumprir, já nos próximos 15 anos, a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 °C até o final do século, com impactos irreversíveis.

O relatório salientou ser inegável que as emissões de gases do efeito estufa provocadas pelo homem são a causa do aumento da temperatura global, que já desencadeou catástrofes ambientais em todo o mundo.

O planeta já aqueceu 1,1 °C desde a segunda metade do século 19, apontou o IPCC, e apenas um punhado de países está em vias de reduzir suas emissões a um nível suficiente.

Greta Thunberg: “Estamos em uma emergência”

Para a ativista climática Greta Thunberg, o relatório do IPCC “não contém verdadeiras surpresas”.

“O relatório confirma o que já sabemos a partir de milhares de estudos e relatórios anteriores – que estamos em uma emergência”, escreveu a jovem de 18 anos em sua conta no Twitter.

“Cabe a nós sermos corajosos e tomar decisões baseadas nas evidências específicas fornecidas por esses relatórios. Ainda podemos evitar as piores consequências, mas não se continuarmos como atualmente, e não sem tratar a crise como uma crise”, afirmou.

Após a divulgação do relatório do IPCC, Greta disse à agência de notícias Reuters que mudou de ideia e agora planeja participar da próxima conferência climática da ONU (COP 26), que será realizada na Escócia entre 31 de outubro e 12 de novembro. Ela havia dito anteriormente que boicotaria a conferência devido à distribuição desigual de vacinas para covid-19 em todo o mundo.

A ativista nigeriana Oladosu Adenike teve uma reação semelhante à de Greta ao relatório do IPCC. A nigeriana escreveu em seu Twitter que “os compromissos dos líderes mundiais não são suficientes para enfrentar as projeções atuais do impacto”.Volume 90% 

“Sentença de morte” para combustíveis fósseis

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, classificou o relatório como “código vermelho” para a humanidade e acrescentou que o documento “deve soar como uma sentença de morte para o carvão e os combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”.

O enviado especial do governo dos EUA para o clima, John Kerry, afirmou que o relatório do IPCC mostra que “não podemos nos dar ao luxo de mais atrasos” e acrescentou que “a mudança climática está transformando nosso planeta de maneiras sem precedentes, com efeitos de amplo alcance que já estamos vendo – criando ondas de calor, chuvas extremas, climas propícios para incêndios e secas mais frequentes e severas”.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que enfrenta pressão para impedir a planejada abertura de uma mina de carvão, também reagiu ao relatório do IPCC. “Nós sabemos o que deve ser feito para limitar o aquecimento global – deixar o carvão no passado e mudar para fontes de energia limpa, proteger a natureza e fornecer financiamento climático para países na linha de frente”, afirmou.

O chefe da União Europeia para o Acordo Verde Europeu, Frans Timmermann, juntou-se ao coro no Twitter, afirmando que “não é tarde demais […] se agirmos de forma decisiva agora”.

Políticos alemães também pediram por uma maior cooperação para enfrentar a crise, incluindo um acordo verde global para expandir as energias renováveis.

O que é justiça climática?

Veja em: https://www.dw.com/pt-br/l%C3%ADderes-e-ativistas-ecoam-grave-alerta-do-ipcc-sobre-o-clima/a-58818791

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