No escuro, molhados e com torneiras secas, moradores relatam sofrimento após três semanas de apagão. Temporal causa inundação e novas quedas de energia. Problemas no abastecimento de luz e água são antigos no estado.
As enchentes deste domingo são mais um episódio de um drama iniciado em 3 de novembro, quando um transformador da subestação de Macapá, responsável por receber a energia vinda da hidrelétrica de Tucuruí antes da distribuição aos clientes, se incendiou. Um segundo foi danificado pelo fogo e levou quase quatro dias para ser reparado. Um terceiro estava inoperante desde dezembro do ano passado e, assim, sem sistema de backup, o Amapá ficou quase quatro dias completamente sem energia elétrica.
Após o reparo do segundo transformador, a energia foi restabelecida, mas a população enfrenta racionamento. Bairros passam metade do dia com energia, e metade sem, em ciclos médios de 3 horas. No entanto, a programação não é mantida.
“Estamos em meio a uma pandemia, com um monte de gente trabalhando de casa, e não é possível fazer qualquer planejamento porque os horários não são respeitados”, diz o bancário Alan Góes, que faz parte do grupo de risco para o novo coronavírus.
Ele também reclama do fornecimento de água na capital Macapá. “Como manter a saúde da população, com uma doença que exige higiene, se nem água chega?”, questiona ao abrir uma torneira na cozinha da qual não sai água.
Mergulhado na crise energética e sanitária, o Amapá registrou na última semana uma alta de 300% nos casos de covid-19. O segundo estado menos populoso do Brasil é o terceiro em número de casos da doença por milhão de habitantes, somando 56.548 casos entre os quase 862 mil habitantes.
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