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O cenário desesperador enfrentado por Manaus em meio à pandemia

Única cidade do Amazonas com leitos de UTI, capital vê sistema de saúde entrar em colapso, e cemitérios abrem valas comuns diante da explosão de casos de covid-19. Ministérios públicos apelam ao governo federal.

O Amazonas registra uma das maiores taxas de mortalidade em decorrência da covid-19 no Brasil, e a doença causada pelo novo coronavírus vem sobrecarregando o sistema de saúde. Em Manaus, médicos sofrem com a falta de equipamentos de proteção, superlotação e salários atrasados, enquanto cemitérios da cidade registram um salto no número de enterros realizados por dia e abrem valas comuns.

Diante da grave situação, o Ministério Público do Estado do Amazonas, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho enviaram ao Ministério da Saúde nesta quinta-feira (23/04) um pedido de acompanhamento, auditoria e controle das medidas adotadas pelo Amazonas para enfrentar a pandemia.

Apontando falta de transparência quanto a ações e gastos, os órgãos pedem uma apuração urgente, em até três dias, sobre a maneira como o estado vem lidando com a disseminação da covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus. São 67 considerações que embasam o pedido, entre elas um vídeo no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, um dos três da capital, com corpos ao lado de pessoas internadas, e um vídeo de um paciente com um saco plástico na cabeça, improvisando um respirador.

“O Amazonas há uns 20 anos aparece como um dos estados com maior investimento em saúde, e boa parte dos municípios sequer tem hospital. O sistema é caótico diariamente, secretários de Saúde já foram presos por corrupção, mas faltava uma pandemia para colapsar”, resume o deputado estadual Serafim Corrêa, ex-prefeito de Manaus

Nas sessões virtuais da Assembleia Legislativa, Corrêa vem cobrando transparência, o uso de leitos do Hospital Universitário Getúlio Vargas como alternativa ao aluguel de espaços particulares e o pagamento de salários atrasados de médicos e enfermeiros que estão na linha de frente no combate à doença.

A DW Brasil solicitou à assessoria de imprensa do governo estadual informações sobre os gastos relacionados a medidas de enfrentamento à covid-19 e sobre o não pagamento de salários atrasados de médicos e enfermeiros, e até a tarde desta quinta-feira, não obteve resposta.

Diante da situação precária, médicos e enfermeiros de um dos prontos-socorros públicos de Manaus, o Platão Araújo, organizaram uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para produzirem seus próprios equipamentos de proteção individuais (EPIs).

 Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/o-cen%C3%A1rio-desesperador-enfrentado-por-manaus-em-meio-%C3%A0-pandemia/a-53226746

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