Dados do Imazon mostram que, aproveitando a pandemia, grileiros e garimpeiros avançam sobre terras públicas, unidades de conservação e terras indígenas
Por Matheus Leitão
O Brasil perdeu o equivalente a uma cidade de Porto Alegre (RS) de floresta amazônica no mês de abril, mostram dados divulgados, nesta segunda-feira (18), pelo Instituto de Pesquisa Imazon. Em plena pandemia do novo coronavírus, o total desmatado em abril é o maior dos últimos dez anos, devastando também terras indígenas. Supera, inclusive, o salto grande do ano passado, do qual resultou uma crise internacional do governo Bolsonaro com países que financiam o Fundo Amazônia e compram do agronegócio brasileiro.
Com o relaxamento da fiscalização da atual gestão do Ministério do Meio Ambiente, grileiros e garimpeiros avançam sobre terras públicas, unidades de conservação e terras indígenas. Os satélites registraram até o crescimento da exploração de madeira em Terras Indígenas (TI) na Amazônia.
No ranking das TIs mais desmatadas, duas estão na lista de vulneráveis para o coronavírus, segundo levantamento feito pelo Instituto Socioambiental, parceiro do Imazon. Entre elas, a TI Yanomami, localizada entre Roraima e Amazonas.
De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, o desmatamento na Amazônia atingiu 529 km² em abril deste ano, um aumento de 171% em comparação com abril do ano passado. Responsável por 32% da área total desflorestada em abril, o Pará voltou ao topo do ranking dos estados que mais desmatam na região.
Em seguida vem Mato Grosso (26%), Rondônia (19%), Amazonas (18%), Roraima (4%) e Acre (1%). Enquanto Brasília pega fogo a olhos vistos, em meio a atual crise política, a Amazônia arde em chamas com o silêncio do governo federal.
Comente aqui