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Yanomami de 15 anos morre vítima do coronavírus em Roraima

Adolescente faleceu na noite de quinta-feira após ficar quase uma semana na UTI. É a primeira morte de indígena contabilizada oficialmente, mas entidades denunciam subnotificações

HELOÍSA MENDONÇA São Paulo

Um adolescente da etnia Yanomami de 15 anos, que contraiu coronavírus e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde 3 de abril, morreu na noite desta quinta-feira no Hospital Geral de Roraima, segundo informou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde. A morte foi a primeira registrada entre povos indígenas, segundo a Sesai, ainda que entidades denunciem subnotificações de casos fatais do Covid-19 entre indígenas que não moram nas aldeias.

O jovem era natural da aldeia Rehebe, localizada na Terra Indígena Yanomami, mas passou a residir na Terra Indígena Boqueirão, dos povos Macuxi e Wapichana, no município de Alto Alegre, a 87 quilômetros de Boa Vista, de acordo com o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei). O motivo da mudança foi dar continuidade aos estudos. Ainda segundo o Dsei, o adolescente morava com uma liderança indígena.

Ao apresentar os primeiros sintomas da Covid-19, o jovem foi atendido no Hospital Municipal de Alto Alegre. Posteriormente, acabou sendo encaminhado ao hospital geral, já com um um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Ele refez o teste para diagnóstico de coronavírus e somente a contraprova detectou a infecção.

Segundo o boletim mais recente da Sesai, o país registra seis casos confirmados de Covid-19 e 24 suspeitos em populações indígenas. “Temos que ser extremamente cautelosos com as comunidades [indígenas], especialmente aquelas que têm muito pouco contato com o mundo exterior”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista coletiva.

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