Partido A Esquerda fica abaixo da cláusula de barreira de 5%, mas eleição de três parlamentares pelo voto direto garante uma bancada de 39 cadeiras no Parlamento alemão.
Após a eleição federal alemã deste domingo (26/09), o partido socialista A Esquerda garantiu por pouco a formação de uma bancada no Bundestag (Parlamento da Alemanha).
Apesar de a legenda ter obtido 4,9% (segundo o resultado oficial preliminar) e ficado, portanto, abaixo da cláusula de barreira de 5% no chamado segundo voto, que é na lista partidária, estará representado no Parlamento graças à eleição de três deputados pelo primeiro voto, no qual o eleitor escolhe um representante de seu distrito eleitoral.
Na Alemanha, cada eleitor tem dois votos: o primeiro é em um dos candidatos que os partidos lançam nos distritos (são 299 em todo o país), e o segundo (determinante para o tamanho das bancadas) é na lista que os partidos registram nos estados.
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Todos os candidatos eleitos pelo primeiro voto entram no Bundestag, mas os votos do segundo voto só são levados em conta nos cálculos de formação de bancadas se o partido obtiver ao menos 5% nesse voto ou se eleger ao menos três representantes no primeiro voto, como ocorreu agora com A Esquerda.
No segundo voto, o partido socialista não rompeu a barreira dos 5%, mas assegurou uma bancada assim mesmo por causa dos três parlamentares (dois em Berlim e um em Leipzig) eleitos pelo primeiro voto.
Com esse resultado, A Esquerda garantiu que, mesmo estando abaixo dos 5%, seus votos obtidos no segundo voto são considerados nos complicados cálculos de divisão dos assentos no Parlamento entre as bancadas. Pela apuração atual, A Esquerda terá uma bancada de 39 parlamentares.
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Não é a primeira vez que A Esquerda consegue entrar no Parlamento por essa regra: em 1994, quando ainda se chamava PDS, obteve apenas 4,4% no segundo voto, mas elegeu quatro deputados pelo voto direto, garantindo ao final uma bancada de 30 parlamentares – os demais 26 vieram das listas estaduais.
Os 4,9% deste domingo estão bem atrás dos 9,2% obtidos pelo partido em 2017 e são é o pior resultado da história da legenda, fundada em 2005 por remanescentes do antigo partido comunista da Alemanha Oriental e uma ala dissidente do SPD no oeste da Alemanha.
Os líderes de A Esquerda não fizeram rodeios na hora de qualificar o resultado eleitoral de “dura derrota” e acrescentaram que o partido deve agora fazer uma análise interna “sem tabus” sobre o que foi feito de errado nos últimos anos.
Veja em: https://www.dw.com/pt-br/por-pouco-esquerdistas-garantem-assentos-no-bundestag/a-59324731
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