Que seja o último ano em que Bolsonaro, livre, leve e solto, continue gargalhando seu riso depravado
Por Lygia Jobim / Créditos da foto: (A. Anholete/Getty Images)
Que 2022 seja o último ano em que a boçalidade, a estupidez e a maldade governem este país.
Que depois não tenhamos mais que ver a Justiça ser afrontada pela tutela de militares, enquanto o estado laico é empurrado para o fundamentalismo religioso.
Que seja o último ano de Damares batendo papo com Jesus na goiabeira, para que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos possa retomar sua função de localizar e reconhecer os desaparecidos pela Ditadura Militar e a Comissão de Anistia possa voltar a ser um órgão de reparação às vítimas do Estado.
Que seja o último ano em os coturnos pisem em nossos cangotes com os militares ocupando o Planalto.
Que seja o último ano em que Sérgio Moro, que desconhece o princípio da imparcialidade e confessou ter combatido, através da Lava Jato, o PT da maneira, por ele considerada efetiva, mas na verdade baixa e vil, continue a circular entre nós e vá ser canalha e grasnar em outras terras.
Que seja o último ano em que as políticas públicas de Estado de prevenção e combate à corrupção, criadas a partir de 2003 durante os governos do PT, sejam vilipendiadas por um governo mafiosopara defender seus interesses escusos.
Que seja o último ano em fiquemos à mercê de ministros que têm como lema o um manda e o outro obedece, lema que deveria ser gravado na fachada do Ministério da Saúde, pois parece ter se tornado síndrome daqueles que se revezam emseu comando.
Que seja o último ano em que vejamos a boiada passar e nosso meio ambiente ser devastado.E também o último em que o Ministro da Economia chame o servidor público de parasita enquanto lucra com sua offshore em paraíso fiscal.
Que seja o último ano da fila dos ossos e pelancas e que nunca mais sejamos obrigados a conviver com um país que leva a fome de seu povo ao extremo deste último se ver obrigado a saquear um caminhão de lixo.
Que seja o último ano em que na calçada de cada quadra vejamos, dia após dia, se erguer mais uma morada constituída por uns trapos no chão.
E sobretudo, que seja o último ano em que vejamos Jair Messias Bolsonaro livre, gargalhando seu riso depravado. Que em 2023 ocupe seu lugar atrás das grades.
Veja em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Antifascismo/Que-seja-o-ultimo/47/52385
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