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Ailton Krenak é 1° indígena da Academia Brasileira de Letras

Ambientalista, professor, filósofo e líder ativista da causa dos povos originários, ele era o favorito entre os 15 concorrentes à vaga, tendo recebido 23 votos.

Créditos da foto: César Borges/Fotoarena/imago images. Ailton Krenak tem obras traduzidas para mais de 13 países

O escritor Ailton Krenak se tornou nesta quinta-feira (05/10) o primeiro indígena a ser eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Membro desde março da Academia Mineira de Letras, ele irá ocupar a cadeira de número 5, que pertence ao historiador e cientista político mineiro José Murilo de Carvalho, que morreu em agosto.

Ambientalista, líder ativista da causa dos povos originários, professor, filósofo e poeta, Krenak, de 70 anos, foi considerado favorito entre os 15 nomes que disputaram a vaga. Ele recebeu 23 votos. a historiadora Mary Lucy Murray Del Priore obteve 12 e o escritor também indígena Daniel Munduruku, 4 votos.

Para o presidente da ABL, Merval Pereira, Krenak é um poeta com “visão de mundo muito própria e referir-se a este momento, em que o mundo está preocupado com o meio ambiente, em que os povos originários lutam por seus direitos. Tudo isso está embutido na vitória de Krenak na Academia. É um indígena que trabalha com a cultura indígena, com a valorização da oralidade”.

Merval Pereira citou o livro  Futuro ancestral , de Krenak, que trata da preservação dos rios como forma de conservar o futuro. “Os rios já estavam aqui antes de a gente chegar. Esta visão da natureza, do homem junto com a natureza, é que a gente está reforçando com esse grande escritor e intelectual indígena”.

Papel ativo na Constituição

Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em 1953 em Itabirinha, Minas Gerais. Ele fundou em 1985 uma organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa promover a cultura indígena.

Na Assembleia Constituinte de 1987, em que o grupo participou por causa de uma emenda popular, desempenhou papel ativo na defesa dos direitos de seu povo.

Ele teve obras traduzidas para mais de 13 países. Entre seus livros, destacam-se:  Ideias para adiar o fim do mundo , A vida não é útil e O Amanhã não está à venda . 

Atualmente vive na Reserva Indígena Krenak, situada em Resplendor, Minas Gerais.

 

Veja em: https://www.dw.com/pt-br/ailton-krenak-%C3%A9-o-1-ind%C3%ADgena-eleito-para-academia-brasileira-de-letras/a-67012732

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