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Lula deve negociar venda de até US$ 10 bi por ano em ‘licença para poluir’ à China

Por: Mariana Sanches | Créditos da foto: EPA/GETTY IMAGES. Lula e Xi Jinping: negociação entre Brasil e China se dá em um contexto no qual a pauta ambiental tornou-se uma prioridade

Quando finalmente se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim, o mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deve tentar convencer a China a comprar o equivalente a até US$ 10 bilhões (ou R$ 51 bilhões) por ano em créditos de carbono gerados pelo Brasil. O gás carbônico é um dos gases responsáveis pelo aquecimento global.

Créditos de carbono são um mecanismo criado pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, pelo qual países que emitem menos gás carbônico na atmosfera do que suas metas recebem créditos que podem vender a outros países com dificuldade em reduzir sua própria poluição. Na prática, é como se a China comprasse do Brasil uma espécie de licença para poluir um dado limite adicional à sua própria meta original de emissões.

A negociação entre Brasil e China se dá em um contexto no qual a pauta ambiental tornou-se uma prioridade na agenda internacional do novo governo Lula. Nos últimos anos, o Brasil viu sua taxa de emissões ultrapassar mais de 30% a meta estabelecida no Acordo de Paris e se tornou o quinto maior poluidor do mundo, atrás apenas de China (1o), EUA (2o), Índia (3o) e Rússia (4o). Mas diferentemente dos demais países na lista – cujas emissões são geradas por uso de combustível fóssil para energia, no Brasil, o desmatamento é responsável por cerca de metade do carbono liberado na atmosfera.

Ao mesmo tempo em que promete zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030 – o que derrubaria os índices de carbono brasileiros, Lula já demonstrou frustração por não ver os instrumentos criados nos fóruns multilaterais, como um mercado internacional de carbono, serem implementados.

Veja em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd16zk25e6zo

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