Enquanto Pequim visa mais acesso a recursos e ao mercado brasileiros, Brasil deve buscar equilíbrio entre oportunidades de negócios e proteção ambiental, afirmam analistas. China é principal parceiro comercial do Brasil.
Por: William Yang | Fábio Corrêa | Créditos da foto: Sergio Lima/AFP. “Lula deve continuar tentando aumentar exportações ao mercado chinês”, diz especialista
Visando aprofundar os laços bilaterais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca nesta terça-feira (11/04) para a China, acompanhado de uma comitiva de empresários, governadores, senadores, deputados e ministros.
Segundo o Itamaraty, os compromissos de Lula no país asiático terão início na quinta-feira e incluirão um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta, e a assinatura de cerca de 20 acordos bilaterais.
“A visita faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro”, afirma o Ministério das Relações Exteriores. Inicialmente programada para o fim de março, a viagem foi adiada após Lula ser diagnosticado com pneumonia.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e as relações econômicas entre os dois países deverão ter um papel central na visita. O fluxo comercial entre China e Brasil totaliza atualmente 150,4 bilhões dólares por ano, tendo as exportações brasileiras para o país asiático atingido 89,7 bilhões de dólares em 2022.
China de olho nos recursos brasileiros
A China investe em diversos setores no Brasil, e especialistas dizem que Pequim quer explorar os vastos recursos e o tamanho do mercado brasileiro.
“O Brasil tem muitos recursos que são do interesse da China, e a soja brasileira é um componente importante do pensamento global chinês sobre segurança alimentar”, exemplifica Margaret Myers, diretora do Programa para Ásia e América Latina no think tank Diálogo Interamericano (IAD), baseado em Washington.
Ela acrescenta que, dado o tamanho do mercado brasileiro, era uma escolha natural das empresas chinesas fazer dele um de seus primeiros destinos na América Latina.
“A acolhida da China, o envolvimento e o investimento chineses no Brasil pela administração Lula em 2010 ajudaram a desenvolver a dinâmica bilateral”, diz.
Outros analistas indicam que a viagem de Lula visa expandir ainda mais os investimentos chineses no Brasil, particularmente no setor de manufatura.
Evandro de Menezes de Carvalho, professor de direito internacional da Fundação Getúlio Vargas, diz que o Brasil espera atrair empresas chinesas que possam ajudar a fomentar o crescimento em áreas como automóveis e energia verde.
Veja em: https://www.dw.com/pt-br/o-que-est%C3%A1-em-jogo-na-viagem-de-lula-%C3%A0-china/a-65119054
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