Desaprovação cresce e empata estatisticamente com aprovação. Nordeste salva o presidente. E seu calcanhar de aquiles é… a Economia!
Por: Antonio Martins
A posição firme e corajosa de Lula contra o genocídio promovido por Israel em Gaza animou seus apoiadores mais politizados. Mas o Palácio do Planalto deveria olhar atentamente para a mais recente pesquisa de opinião sobre seu desempenho, divulgada na manhã desta quarta-feira (íntegra aqui). Os dados são fresquíssimos. As 2 mil entrevistas foram feitas entre 25 e 27 de fevereiro. O instituto é o Quaest, um dos mais sérios. O problema são os resultados. A aprovação do trabalho do presidente caiu a 51% e a desaprovação subiu a 46%. A diferença (5 pontos) caiu rapidamente desde a sondagem anterior (em dezembro de 2023). É a mais baixa desde a posse e, a rigor, um empate técnico.
A desaprovação passou a preponderar no Sudeste (onde haverá eleições municipais muito relevantes em outubro) e cresceu no Sul. No bravo Nordeste, a diferença a favor do governo diminuiu um pouco, mas ainda é folgada (37 pontos). A desaprovação agora prepondera na faixa entre 16 e 34 anos (50% x 46%) e a diferença pró-Lula caiu rapidamente entre as mulheres (de 14 para 6 pontos de vantagem, em dois meses). Na estratificação entre faixas de renda, Lula agora está positivo até 2 saĺarios mínimos (25 pontos de vantagem), mas passou a ter desvantagem (de 7 pontos) no segmento entre 2 e 5 mínimos.
Um dos temas da pesquisa é especialmente útil para identificar a queda de satisfação da sociedade: a Economia. Agora, 38% acham que ela “piorou” nos últimos 12 meses, contra apenas 26% que julgam ter “melhorado”. É uma diferença de 14 pontos. Há uma percepção esmagadora de que os preços dos alimentos aumentaram (73% x 13%) e de que o mesmo ocorreu com as contas de consumo, que se referem em geral a serviços privatizados, mas administrados pelo governo (63% x 7%). Isso pode ajudar a explicar a queda da avaliação entre as mulheres.
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