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Cinco anos de covid-19: as sequelas deixadas pela pandemia

Doença não é mais tomada como ameaça, mas OMS vê subnotificação no número de mortos. Covid longa e tratado internacional sobre preparação contra futuras pandemias ainda são desafios.

Covid longa e obstáculos políticos

A OMS continua a recomendar que as pessoas com mais de 65 anos e outros grupos vulneráveis sejam vacinadas regularmente para evitar formas graves da doença que levem à hospitalização. A atual vacina se baseia principalmente na subvariante JN.1, a mais difundida e decorrente da ômicron.

Agora, porém, a maior preocupação da organização é com a covid persistente, ou covid longa, uma condição ainda não completamente sistematizada nos anais médicos devido aos múltiplos sintomas que produz, como a fadiga persistente.

“Sabemos que o risco de desenvolvê-la aumenta se a pessoa for reinfectada, e que a vacinação com pelo menos duas doses a reduz até a metade [essa possibilidade]”, afirmou Kerkhove.

As sequelas da pandemia também avançam sobre as negociações políticas. A agência tem movimentado uma campanha para destravar um tratado sobre preparação contra futuras pandemias, que está em negociação há quase três anos e foi desenhado com base no despreparo global para lidar com patógenos como a covid-19.

Criança usando máscara de proteção é vacinada no Brasil
Vacinação contra covid-19 virou motivo de disputa política no Brasil. Foto: Nelson Almeida/AFP/Getty Images

O objetivo é preparar todos os países para futuros agentes com potencial pandêmico, sejam novos coronavírus ou qualquer outro agente ainda desconhecido, apelidado de “doença X”.

A organização, porém, não conseguiu que o tratado fosse assinado na assembleia que promoveu em julho de 2024. Os países não concordaram em questões comerciais de distribuição de vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico em caso de pandemia. Aspectos do acordo, como a flexibilização das patentes de medicamentos em caso de pandemias, ainda geram resistência.

“As pessoas querem atirar a covid para o passado, fingir que nunca aconteceu porque foi traumático, mas isso impede que nos preparemos para o futuro”, alertou Kerkhove.

 

Publicado originalmente em: https://www.dw.com/pt-br/cinco-anos-de-covid-19-as-sequelas-deixadas-pela-pandemia/a-71187275

 

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