Esse texto faz parte do Projeto Escravizadores, uma investigação inédita da Agência Pública. O trabalho foi financiado pelo Pulitzer Center e republicado pela DW.
Se o futuro é ancestral, como recuperar a memória que se apagou? Como acessar as histórias que a escravidão combinou de silenciar? Enquanto uma parte da população se beneficiou do sistema da escravidão, pessoas negras sofreram duros impactos. Um deles foi o apagamento de suas identidades, culturas e genealogias.
Durante pesquisa sobre antepassados escravizadores de políticos e autoridades brasileiras, a equipe de reportagem da Agência Pública percebeu uma dificuldade em comum ao fazer o levantamento das genealogias: ter acesso a informações sobre antepassados de pessoas negras e indígenas, assim como a falta de dados sobre ancestrais negros libertos ou pessoas escravizadas, como sobrenome, origem e descendentes. Geralmente, essas pessoas eram citadas apenas pelo primeiro nome ou por uma alcunha.
Mesmo com mais de 55% da população sendo negra – considerando a soma dos grupos de pretos e pardos –, nosso país ainda tem dificuldade de preservar a memória e o orgulho de quem lutou por liberdade. Um caso emblemático é Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares. Sua história precisou ser recuperada da narrativa de imagens pejorativas contra ele, como conta Sueli Carneiro. Somente este ano, a data de sua morte, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, passou a ser celebrada como feriado nacional.
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