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Violência policial, a outra epidemia americana

A morte do afro-americano George Floyd por policial branco desencadeou protestos nos EUA. Longe de ser um caso isolado, ela se encaixa numa tendência sistêmica, que envolve também a impunidade dos perpetradores.

Desde o homicídio de George Floyd sob custódia policial, na segunda-feira (25/05), manifestantes tomaram as ruas de numerosas cidades dos Estados Unidos. Eles estão zangados e exigem justiça, e não só pela morte do afro-americano de 46 anos, como deixam claro os cartazes que empunham.

Slogans como “Black Lives Matter” (Vidas negras importam) e “Não consigo respirar” simbolizam uma frustração muito mais profunda com a brutalidade policial, e a exigência de uma mudança sistemática no sistema de policiamento americano, sobretudo em relação às minorias.

O site de defesa de direitos civis FatalEncounters.org documenta mortes envolvendo agentes da lei desde o ano 2000. Ele atualmente coleta seus dados usando 15 Alertas do Google diferentes sobre mortes relacionadas à polícia, sendo considerado uma das fontes mais confiáveis dos EUA sobre o assunto.

Em 27 de maio, a contagem dos “encontros fatais” totalizava 28.139, sendo 802 apenas em 2020. Em 1º de junho, o número já subira para 854. “Estamos tendo sensivelmente mais mortes em encontros com a polícia”, comentou à DW Brian Burghart, fundador da plataforma. “Está projetado para chegar a 1.978 [até o fim de 2020], e nosso número mais alto até agora foi 1.854, no ano 2018.”

De fato, o banco de dados do FatalEncounters.org indica que, até 30 de maio, nenhum dia do ano corrente passou sem que ocorresse uma morte ligada à polícia. Ele também mostra os cidadãos de cor desproporcionalmente presentes na estatística, desde que começou a compilação dos dados.

“Nota-se que os afro-americanos são mortos numa taxa que é mais ou menos o dobro de sua presença na população: eles são cerca de 13% [dos habitantes dos EUA], e representam uns 26% da estatística”, enfatiza Burghart. Das 28.139 mortes, 7.612 são de negros. Eles estão também superrepresentados em certas categorias de morte, como “asfixiado/imobilizado”, “evento médico” e “surrado/espancado com um instrumento”.

Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/viol%C3%AAncia-policial-a-outra-epidemia-americana/a-53651713

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