Clipping

Bolsonaro e aliados evocam “soberania” para rebater Biden

Presidente, Ricardo Salles e Eduardo Bolsonaro repetem mesmo discurso que já indispôs país com europeus para rebater candidato democrata, que ameaçou sancionar Brasil por desmatamento.

A menção ao Brasil durante o debate presidencial dos Estados Unidos na noite de terça-feira (30/09) não foi bem digerida por Jair Bolsonaro nem por membros de seu círculo. “Lamentável, Sr. Joe Biden, sob todos os aspectos, lamentável”, disse o presidente.

Durante o duelo entre Donald Trump e Joe Biden, o candidato democrata mencionou a destruição da Amazônia, e disse que, caso seja eleito, pretende organizar um pacote de ajuda de 20 bilhões de dólares (R$ 112 bilhões) para que o Brasil preserve a floresta.

No entanto, Biden advertiu que, se mesmo assim os brasileiros persistirem com o desmatamento, o país sul-americano poderá vir a sofrer “consequências econômicas significativas”, sinalizando possíveis retaliações ou sanções.

No Twitter, Bolsonaro mencionou os 20 bilhões de dólares previstos por Biden, afirmando que o país não aceita suborno. “O que alguns ainda não entenderam é que o Brasil mudou. Hoje, seu presidente, diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças”, escreveu. “Nossa soberania é inegociável”, completou, com letras maiúsculas.

O presidente seguiu dizendo que seu governo realiza “ações sem precedentes para proteger a Amazônia” e declarou que a “cobiça de alguns países sobre a Amazônia é uma realidade”.

“Custo entender, como chefe de Estado que reabriu plenamente a sua diplomacia com os Estados Unidos, depois de décadas de governos hostis, tão desastrosa e gratuita declaração. Lamentável,  Sr. Joe Biden, sob todos os aspectos, lamentável”, concluiu.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também se pronunciou. “Só uma pergunta: a ajuda dos US$ 20 bi do Biden, é por ano?”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Por sua vez, Filipe G. Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência e membro da ala ultrarradical “olavista” e “antiglobalista” do governo, afirmou pelo Twitter que “nenhum dinheiro pode comprar nossa liberdade e nossa soberania”.

“Nosso compromisso com a preservação do meio ambiente, em benefício do Brasil e do mundo, é indissociável do cuidado com essas pessoas e jamais permitirá que elas sejam sacrificadas no altar do ambientalismo hipócrita dos que falam muito e não fazem absolutamente nada”, escreveu em outra mensagem.

Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/bolsonaro-e-aliados-evocam-soberania-para-rebater-biden/a-55107401

Comente aqui