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Desmatamento: as imagens de satélite que apontam ligação entre grandes frigoríficos e derrubada de florestas na Amazônia

Em meio a recordes de queimadas na Amazônia, as três maiores empresas do setor de carne bovina do Brasil — JBS, Marfrig e Minerva — compraram gado de 379 fazendas que desmataram ilegalmente na região amazônica, aponta um extenso levantamento da organização internacional Global Witness.

A área atingida, segundo o relatório da ONG, é de 202 quilômetros quadrados (quase o tamanho da cidade do Recife ou 20 mil campos de futebol). Ainda segundo a Global Witness, essas três empresas também falharam em monitorar “mais de 4.000 fazendas no Pará inseridas em suas cadeias produtivas, e com um total estimado de 140 mil campos de futebol de desmatamento, para evitar que gado dessas fazendas chegasse a seus frigoríficos”.

As cadeias de abastecimento dessas empresas são auditadas de forma independente por multinacionais. E no papel, os resultados parecem cada vez melhores a cada ano. A empresa JBS, por exemplo, afirma que praticamente 100% de toda a sua carne provém de fazendas que cumprem com os compromissos legais de não adquirir gado de onde houve desmatamento recente.

Mas o relatório da Global Witness aponta outro cenário.

“Os fazendeiros são cúmplices diretos da destruição da Amazônia, os frigoríficos estão falhando em remover o desmatamento das suas cadeias produtivas do gado que compram desses pecuaristas, os auditores têm restrições para realizar suas auditorias, o que significa que as auditorias não estão detectando os casos que identificamos, os bancos, por sua vez, não estão fazendo perguntas suficientes aos frigoríficos e, ao mesmo tempo, não são obrigados por seus governos a fazerem um controle rigoroso para remover o desmatamento de seus investimentos, resumiu Chris Moye, pesquisador sênior de Amazônia na Global Witness.

Segundo a ONG, “essas empresas de carne compraram de pecuaristas acusados de fraudes, grilagem de terras e violações de direitos humanos, ou que foram multados pelo Ibama por desmatamento ilegal”.

JBS, Marfrig e Minerva contestaram a metodologia adotada pela ONG e refutaram cada uma das 379 acusações contra fazendas que fornecem gado. De modo geral, afirmam que o relatório da Global Witness é incorreto e impreciso e que cumprem com todas as obrigações legais e requisitos socioambientais firmados (leia mais abaixo).

Saiba mais em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55177000

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