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Opinião: Europa pode estar diante de uma onda verde

Irlanda, Alemanha e agora França: os partidos de cunho ambientalista estão ganhando terreno. Sua influência na política pode marcar uma era – e, para isso, eles não precisam necessariamente estar no governo nacional.

Atualmente, o mundo enfrenta duas crises que definirão uma era. A pandemia do coronavírus afeta o dia a dia, restringe as liberdades e prejudica a economia. Mas a outra crise, a que aquece rapidamente o planeta, pode ter efeitos ainda piores. Este mês de maio foi o mês mais quente já registrado, e partes do Ártico recentemente viram temperaturas de 38 graus Celsius. Embora no momento esteja se falando pouco do movimento Fridays for Future, os partidos e políticas de cunho ambientalista estão finalmente se aproximando do governo em toda a Europa.

O Partido Verde francês acaba de conquistar uma vitória histórica nas eleições para as prefeituras de grandes cidades como Marselha, Bordeaux, Lyon e Estrasburgo. E a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, foi reeleita em uma plataforma para fazer da congestionada capital francesa uma Amsterdã – ou seja, um paraíso para ciclistas.

Todas as três maiores cidades da França têm agora prefeitos apoiados pelo Partido Verde. Macron respondeu prometendo 15 bilhões de euros (16,9 bilhões de dólares) para medidas de combate às mudanças climáticas. Isso é impressionante para um partido que, na França, só ganhou sua primeira prefeitura em 2015.

Na Irlanda, os verdes tiveram seu melhor resultado de todos os tempos no início deste ano, nas eleições gerais de fevereiro, e decidiram se juntar ao primeiro grande governo de coalizão do país – na condição de que o governo se comprometa a reduzir as emissões de carbono em 7% a cada ano. O país, um dos maiores emissores de carbono da Europa, pode finalmente estar ficando mais verde, mas o partido ambientalista deve ter cuidado para não ser usado como fachada para as políticas de austeridade fracassadas de seus parceiros de coalizão.

Na Alemanha, a longa marcha do Partido Verde em direção à respeitabilidade está quase completa. A legenda percorreu um longo caminho para se tornar um partido de protesto, tendo agora governado em quase todos os estados, bem como em nível federal. As pesquisas têm mostrado consistentemente o Partido Verde em segundo lugar em nível nacional – ou mesmo em primeiro – durante o ano passado, substituindo os social-democratas como o segundo partido da Alemanha, e um provável parceiro para a próxima coalizão governamental.

Uma ascensão meteórica considerando que eles foram o menor partido nas eleições para o Parlamento em 2017. As relações entre os verdes e seus antigos inimigos, a CDU de Angela Merkel, está descongelando mais rapidamente do que as calotas polares, com os líderes verdes parabenizando os democrata-cristãos por seu 70º aniversário. Um convite sutil à coalizão?

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