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Quem tem medo da Renda Universal (e por quê)

Garantir recursos para uma vida digna, em meio à pandemia, tornou-se um dever social evidente. Mas a medida tarda, e a razão é clara. Os bancos e o 0,1% querem ser os únicos a emitir dinheiro – para que toda a sociedade se submeta a eles…

Por Ellen Brown, no Counter Punch | Tradução: Simone Paz | Imagem: WSJ, no Rethinking Poverty

De acordo com um artigo publicado no dia 6 de abril, no site CNCB.com, a Espanha pretende se tornar o primeiro país europeu a introduzir uma Renda Básica Universal (UBI – Universal Basic Income, na sigla original, em inglês; ou RBU, em português) de longo prazo. O ministro de Assuntos Econômicos da Espanha anunciou que tem planos para lançar uma RBU “o mais rápido possível”, com o objetivo de fornecer um salário básico em todo o país, e que apoie os cidadãos “para sempre”. Guy Standing, professor de pesquisa da Universidade de Londres, disse à CNBC que não há perspectiva de um renascimento econômico global sem uma Renda Básica Universal. “É inevitável”, disse ele. “Cedo ou tarde, teremos algum tipo de sistema de Renda Básica…

A pergunta “de onde o governo vai tirar o dinheiro?” deixou de ser aceita como uma objeção para fornecer uma rede de segurança econômica às pessoas. O governo poderá encontrar esse dinheiro no mesmo lugar onde encontrou mais de 5 trilhões de dólares para Wall Street e para as grandes corporações americanas: o Banco Central pode imprimi-lo. Em um post feito no dia 9 de abril, comentando os 1,77 trilhões de dólares entregues a Wall Street sob a Lei CARES, Wolf Richter observou: “Se o Fed tivesse enviado esses 1,77 trilhões de dólares às 130 milhões de famílias nos EUA, cada família teria recebido $13.600 dólares. Mas não, foi dinheiro jogado de helicóptero só para Wall Street e acionistas.

“Dinheiro jogado de helicóptero” se refere à moeda emitida pelo Banco Central que é injetada na economia. Pode ser usada de muitas formas, que incluem: construção de infraestrutura, a capitalização de um banco nacional de infraestrutura e desenvolvimento, o fornecimento de bolsas para universidades, ou o financiamento do Medicare, da Previdência Social ou da Renda Básica Universal. Na crise atual, em que o isolamento obrigatório — por mandato do governo — deixou as famílias mais vulneráveis do que em qualquer outro momento da história desde a Grande Depressão, uma Renda Básica parece ser a maneira mais direta e eficiente de arranjar dinheiro para todos os que precisam. Mas os críticos argumentam que isso apenas provocará inflação e fará o dólar colapsar. Como se queixou o treinador de basquete, Mike Maloney, num podcast no dia 16 de abril

“Digitar números a mais nos computadores não nos torna ricos. Se essa teoria maluca de imprimir dinheiro, permanentemente, para quase todo mundo, ganhar força, o valor dos dólares em sua bolsa ou bolso irá apenas continuar a se desgastar… Eu só quero que alguém me explique como isso vai funcionar”.

Após ter estudado bastante o assunto, pensei que eu poderia encarar esse desafio. Eis aqui como e por quê uma Renda Básica Universal, financiada por um Banco Central, pode funcionar sem depreciar a moeda.

 Saiba mais em: https://outraspalavras.net/alemdamercadoria/quem-tem-medo-da-renda-universal-e-por-que%EF%BB%BF/

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