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Spike Lee: “Vejo esperança nos milhões de americanos que saem às ruas”

Em entrevista à DW, cineasta americano comenta seu novo filme sobre soldados afro-americanos no Vietnã, defende os protestos antirracismo após a morte de George Floyd e pressiona por reformas na abordagem da polícia.

O cineasta americano Spike Lee conversou com a DW de seu apartamento no Brooklyn, via Zoom, sobre seu novo filme, Destacamento Bloods, que estreia na Netflix nesta sexta-feira (12/06).

O filme conta a história de soldados afro-americanos que lutaram pelos Estados Unidos no Vietnã – uma trama que muitas vezes esquece os negros do país. “Nunca nos ensinaram que George Washington, o primeiro presidente dos EUA, possuía 123 escravos.”

O diretor prevê ainda que Donald Trump será “o pior presidente da história dos Estados Unidos”, mas diz ter esperança “com os milhões de americanos que saem às ruas” atualmente – e se sentirá ainda “mais esperançoso no dia 4 de novembro, um dia após a eleição presidencial”, afirma.

DW: Quero falar sobre seu novo filme, Destacamento Bloods; mas primeiro temos que conversar sobre George Floyd. Outro americano negro desarmado, morto durante ação policial.

Spike Lee: O que vimos no vídeo!

Qual foi sua primeira reação quando viu o vídeo da morte de George Floyd?

Tive a impressão de um déjà-vu: com Eric Garner [morto pela polícia em 17 de julho de 2014]. Eu fiz um filme sobre o tema: Faça a coisa certa (1989) foi baseado no assassinato na vida real do grafiteiro Michael Stewart [em 15 de setembro de 1983]. E então comecei a pensar em todas aquelas outras pessoas negras sendo mortas, não apenas por estrangulamento, em todos aqueles sendo baleados.

Isso continua acontecendo, há décadas, há séculos. O que, na sua opinião, tem que ser feito para impedir que isso aconteça de novo e de novo e de novo?

Estamos começando aqui nos EUA, onde americanos, não apenas americanos pretos e pardos, os brancos americanos, minhas irmãs e irmãos brancos, estão saindo às ruas e se juntando a nós, de braços dados, dizendo que isso precisa acabar.

E existe um apelo nacional por mudanças dentro desses departamentos policiais, em todo o país. Temos que fazer algo com eles, eles precisam de reformas. Mudanças precisam acontecer na maneira como o policiamento é realizado nos Estados Unidos da América.

Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/spike-lee-vejo-esperan%C3%A7a-nos-milh%C3%B5es-de-americanos-que-saem-%C3%A0s-ruas/a-53768100

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