Clipping

Demanda global por carne impulsiona desmatamento no Brasil, diz relatório

A carne bovina é hoje um dos principais motores do desmatamento, diz análise de fundação alemã. Produção impacta meio ambiente devido à demanda por soja para ração e consequente uso de agrotóxicos.

O crescente consumo de carne no mundo e as ações do atual governo brasileiro são ingredientes de uma receita que está levando à destruição florestal no Brasil. Esta é uma das conclusões do relatório a Fleischatlas 2021 (“Atlas da carne 2021”), apresentado nesta quarta-feira (06/01) em Berlim.

“A carne bovina é hoje um dos principais impulsionadores de desmatamento. Isso leva à destruição dos meios de subsistência de comunidades indígenas e de pequenos proprietários. Na Amazônia, o gado pasta em 63% de todas as áreas desmatadas. Entre 70% e 80% de todas as importações de carne bovina da UE vêm dos países do Mercosul. E 50% dos produtos agrícolas enviados à União Europeia (UE) vindos do Brasil são produto do desmatamento, especialmente soja, carne bovina e café”, diz o texto.

“A produção industrial de carne não é apenas responsável pela precariedade das condições de trabalho, mas também afasta as pessoas de suas terras, provoca o desmatamento, o uso de pesticidas e a perda de biodiversidade – e é uma das principais causas da crise climática”, afirma Barbara Unmüssig, presidente da Fundação Heinrich Böll,

Produzido pela Fundação Heinrich-Böll – ligada ao Partido Verde alemão –, pela organização ambientalista Bund e pela edição alemã do jornal francês Le Monde Diplomatique, o relatório apresenta soluções com o objetivo de reduzir o consumo de carne, aumentar a conscientização das pessoas para que desfrutem de produtos de maior qualidade e também fazer com que elas valorizem mais os animais e os produtos que originam.

Infografik Fleischatlas Fleischkonsum PT

Destruição florestal

A demanda global por carne está aumentando devido ao crescimento populacional e econômico – um grande problema para o clima e o meio ambiente. Em 1960, havia 3 bilhões de pessoas na Terra e, de acordo com o relatório, o consumo de carne era de cerca de 70 milhões de toneladas, o que é uma média global de 23 quilos por pessoa por ano.

Em 2018, já havia mais do que o dobro de pessoas na Terra: 7,6 bilhões. Com cerca de 350 milhões de toneladas, o consumo de carne era sete vezes maior, e a média global era de 46 quilos por pessoa por ano.

Um problema central é a imensa necessidade de terras para a produção de carne. De acordo com dados do governo alemão, 71% da terra arável global é usada atualmente para produção de ração animal, quatro vezes mais do que a parcela utilizada diretamente para a produção de alimentos (18%) e muito mais do que para outras matérias-primas, como algodão (7%) ou culturas energéticas, como milho para produção de biogás ou cana-de-açúcar para fabricação de etanol (4%).

Saiba mais em: https://www.dw.com/pt-br/demanda-global-por-carne-impulsiona-desmatamento-no-brasil-diz-relat%C3%B3rio/a-56147225#:~:text=Meio%20ambiente-,Demanda%20global%20por%20carne%20impulsiona%20desmatamento%20no%20Brasil%2C%20diz%20relat%C3%B3rio,e%20consequente%20uso%20de%20agrot%C3%B3xicos.

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