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Desmatamento e escândalo na ferrovia da soja

Planejada para favorecer o agronegócio, Ferrogrão rasgará Amazônia, de Sinop ao Tapajós, para ampliar devastação do Cerrado. Até grandes empreiteiras afastam-se. Governo habilita empresa desconhecida de Cuiabá para tocar projeto de R$ 20 bi

Por: Gabriel Brito. Garimpos ilegais no Parque Nacional do Jamanxim. Devastação pode acentuar-se dramaticamente com a construção da Ferrogrão

Era 15 de agosto de 2012 quando o governo federal de Dilma Rousseff lançou o Plano de Investimentos em Logística (PIL), a mais ambiciosa iniciativa do governo federal para ativar o setor produtivo nacional e sustentar um “milagre econômico petista” que já se mostrava declinante. O pacote visava a promover concessões e outorgas em portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e ferrovias, e movimentaria por volta de R$ 450 bilhões em investimentos.

Era o tempo da euforia dos mercados com o modelo econômico brasileiro, em vias de ser coroado pelos megaeventos esportivos, e empresas como Odebrecht, OAS e Camargo Correa pontificavam no setor produtivo privado nacional. Dilma acabara o que na época ficou conhecida como “a faxina anticorrupção”, principal marca de seu primeiro ano de governo, quando demitiu seis ministros no primeiro semestre de seu mandato por acusações de corrupção.

 

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