Gustavo Petro: os desafios do novo presidente da Colômbia na economia
8/agosto/20220
Primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, Gustavo Petro tomou posse neste domingo (7/8) com um desafio: conciliar uma agenda reformista ambiciosa, que se pretende histórica, com uma grave crise econômica.
Por: Daniel Pardo |Créditos da foto: GETTY IMAGES. Primeiro presidente de esquerda do país terá que enfrentar uma das mais graves crises econômicas da história recente. Uma ambiciosa reforma tributária poderá definir o sucesso ou fracasso do novo governo
Ex-guerrilheiro, economista, ex-prefeito de Bogotá e deputado de destaque por duas décadas, Petro chegou ao poder graças à sua proposta de mudar o cenário deste país desigual e violento.
Seu plano de governo é talvez o mais ambicioso que já chegou ao poder no país.
Propõe mudanças estruturais nos sistemas trabalhista, previdenciário, educacional e de saúde. Aspira aprovar a tão esperada e polêmica reforma agrária. Quer direcionar a economia para uma produção limpa e não extrativista.
Petro, no entanto, assume um país em crise, o que limita seu espaço de manobra: pobreza, desigualdade, inflação, valor do peso colombiano, endividamento e déficits fiscais e em conta corrente estão todos no vermelho. Uma anomalia para uma economia tradicionalmente estável.
Soma-se a isso o contexto internacional, com as grandes economias à beira da recessão, inflação disparada e o aumento das taxas de juros nos países desenvolvidos afetando economias emergentes como a Colômbia.
Desde que foi eleito, em junho, Petro se dedicou a acalmar os temores de que sua agenda esquerdista pudesse se traduzir em expropriações, gastos públicos desenfreados ou constrangimento do setor privado.
Para isso, forjou alianças com os partidos políticos tradicionais, arquitetos do atual modelo colombiano. E nomeou como ministro da Fazenda José Antonio Ocampo, renomado professor socialdemocrata que trabalhou por uma década na ONU (Organização das Nações Unidas) e ocupou a pasta há 25 anos.
“Não vou propor loucuras, nem vou aceitar loucuras”, disse Ocampo ao jornal colombiano El Tiempo esta semana. “Modéstia à parte, minha nomeação faz parte da credibilidade que o novo governo tem com o compromisso de manter a casa em ordem.”
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