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Revolução sexual, projeto feminista

Emergem discursos para os quais a quebra dos velhos padrões morais foi feita para os homens, pois as mulheres “têm sexualidade diferente”, e “querem afeto, não apenas sexo”. Proponho, ao contrário, que voltemos a falar de prazer e liberdade

Por: Nuria Alabao | Tradução: Antonio Martins | Imagem: Egon Schielle

Parece absurdo agradecer àquelas que vieram antes, aquelas que lutaram por nós. Parece quase ridículo apelar para a defesa da revolução sexual no mundo hipersexualizado de hoje. Entretanto, muitos discursos públicos transpiram de novo um certo puritanismo, e a maioria deles vem do próprio feminismo. Discursos que dizem que a revolução sexual foi feita “para os homens”, que contribuem para fixar a sexualidade feminina a uma certa normatividade – “as mulheres têm uma sexualidade diferente”, “queremos afeto, não apenas sexo” ou que afirmam que “não gostamos de pornografia”. Não duvido que a socialização de homens e mulheres ainda seja diferente, mas as formas de vivenciar a sexualidade estão se tornando mais plurais e mais livres. E isso tem sido graças àquelas que se organizaram e mudaram a cultura e nossos costumes para sempre. Talvez tenhamos que olhar para trás e reconhecer tudo o que ganhamos, embora certamente possamos refletir sobre o que ainda temos que conquistar. Por que a liberdade sexual é tão assustadora? Por que parece que estamos voltando a uma atmosfera reacionária sobre estas questões?

 

Veja em: https://outraspalavras.net/feminismos/revolucao-sexual-projeto-feminista/

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