Ex-presidente diz que próximas quatro semanas servirão para “amadurecer conversa com a sociedade” e que disputa em São Paulo será “um grande palco” de um confronto nacional e estadual de projetos políticos diversos.
Por: Bruno Lupion| Crédito Foto: Carla Carniel/REUTERS.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (02/10) que o segundo turno será uma uma “prorrogação” da disputa eleitoral e uma oportunidade importante para fazer um debate direto entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre propostas para o país e comparar as realizações das duas gestões à frente do Palácio do Planalto.
“Vai ser a primeira chance para a gente fazer um debate tête-à-tête com o presidente da República, para saber se ele vai continuar contando mentiras ou se vai pelo menos uma vez na vida falar a verdade”, disse Lula em um hotel no centro de São Paulo. “Para poder debater só com ele, para a gente poder fazer comparações do Brasil que ele construiu e do Brasil que nós construímos, do nosso período de governo com o que o povo vive hoje.”
No último debate televisivo antes do primeiro turno, Lula e Bolsonaro não fizeram perguntas diretas entre si e duelaram apenas de forma indireta, por meio de pedidos de resposta a ataques feitos pelo adversário em respostas a outros candidatos.
Lula também fez referência à ida ao segundo turno de Fernando Haddad, candidato do PT ao governo paulista, contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é apoiado por Bolsonaro, e disse que São Paulo será “um grande palco” de um confronto nacional e estadual “de propostas para a sociedade”.
Quatro semanas para ampliar “leque de apoios”
O petista lembrou que nunca ganhou uma eleição no primeiro turno em suas disputas anteriores ao Planalto, e que as próximas quatro semanas serão uma oportunidade para “amadurecer as suas propostas, a sua conversa com a sociedade” e “construir um leque de alianças, um leque de apoios”.
Sua campanha sairá agora atrás de mais apoio dos partidos cujos candidatos ficaram de fora do segundo turno, como PDT, MDB e PSDB, e buscará convencer os eleitores de Ciro Gomes e de Simone Tebet, além dos que se abstiveram, a votar no petista em 30 de outubro.
Lula, que estava preso à época das eleições presidenciais de 2018, tentou projetar otimismo aos seus apoiadores comparando sua situação atual com a da campanha passada. “Quatro anos atrás eu era tido como um ser humano jogado fora da política. E eu disse que a gente retornaria com mais força, mais vontade, mais disposição.”
“Nosso país está pior. A economia não está boa, a qualidade de vida não está boa, a renda não tá boa, o emprego não está bom, a saúde não está boa. Precisamos recuperar esse país, inclusive do ponto de vista das suas relações internacionais”, disse.
Lula terminou o primeiro turno com mais de 48% dos votos válidos, contra 43,22% de Bolsonaro. O segundo turno será realizado em 30 de outubro.
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