Filme acompanha de perto os bastidores da luta por liberdade do jornalista e de sua família diante da perseguição implacável de Washington. Em parceria com o Grupo Belas Artes, sortearemos um par de ingressos para a pré-estreia, dia 28/8
Na próxima segunda-feira, dia 28/8, às 19h30, ocorrerá a pré-estreia do documentário Ithaka – A Luta de Assange, de Ben Lawrence, no Cine Petra Belas Artes. A sessão contará com a participação do pai de Julian Assange, John Shipton, entre outros debatedores, para uma conversa com o público.
O documentário acompanha de perto os bastidores da luta pela libertação de Julian Assange, que está preso na Inglaterra desde 2019, após sete anos asilado na Embaixada do Equador. Na obra, é transmitida a sensação de angústia e de falta, mas também de força, resistência e persistência que mantém vivo o ativismo da família, amigos e apoiadores do jornalista ao redor do globo.
Essa luta é liderada principalmente pelos aguerridos John Shipton e Stella Moris-Smith, a última é esposa e também advogada de Assange. No momento, essa batalha se encontra em uma nova fase, combater a possibilidade de extradição para os Estados Unidos, o que, de acordo com a narrativa exposta no documentário, seria uma “sentença de morte”, visto o agravamento do quadro de aflição físico e mental do ativista nos últimos anos. Foi esse quadro de agravamento que o impediu de ser extraditado em 2021, no entanto, a luta continua.
O psiquiatra que o acompanha na prisão do Reino Unido declarou ao tribunal que se ele for extraditado e enviado para uma prisão de segurança máxima nos Estados Unidos, há um alto risco de suicídio. Foi essa declaração que o salvou naquele momento.
Julian Assange fundou o WikiLeaks em 2006. O site é uma organização transnacional sem fins lucrativos que permite postagens de fontes anônimas que expõem documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. Em 2010, mais de 700 mil documentos secretos relacionados às guerras no Iraque e no Afeganistão, expondo algumas entranhas do envolvimento dos Estados Unidos nesse conflito. Entre os vazamentos estavam dados sobre o ataque aéreo a Bagdá em 12 de julho de 2007. Por conta disso, Assange é perseguido pela Justiça norte-americana, que o acusa de 18 crimes, entre eles espionagem. Caso seja considerado culpado, o ativista pode ser condenado até 175 anos de prisão.
É uma triste ironia que um governo mundialmente conhecido por sua espionagem ilegal oprima e persiga de maneira tão cruel. No documentário, fica nítido o que os governos podem fazer para censurar as publicações da imprensa e oprimir as vozes que têm um compromisso com a verdade. A prisão de Assange fere a liberdade de imprensa e o direito à verdade e transparência de todos os cidadãos do mundo, mas para os Estados Unidos é como um aviso, uma intimidação para que outros não sigam o seu exemplo. No entanto, o que vemos por aí é um movimento ascendente por justiça e liberdade, e essas sementes não vão parar de crescer.
Saiba mais em: https://outraspalavras.net/blog/documentario-assange-e-a-batalha-por-verdade-e-justica/
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