Por: André Biernath, Camilla Costa e Caroline Souza | Crédito Foto: REUTERS. Chuvas intensas e enchentes dos últimos dias já são classificadas como o pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul
As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias deixam um rastro de destruição e mortes.
Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado, o evento extremo já causou 83 óbitos e deixou 129 mil desalojados.
O próprio governo gaúcho classifica a situação como “a maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul”.
Mas qual a dimensão da tragédia? Como o volume das chuvas e a extensão das enchentes se comparam às médias históricas? E quais as regiões mais afetadas até o momento?
A seguir, você confere cinco gráficos produzidos pela BBC News Brasil que ajudam a entender o tamanho do problema que acomete o RS.
Num decreto publicado em 5 de maio, o governo do Rio Grande do Sul reconheceu “estado de calamidade pública” em 336 municípios.
“Os eventos meteorológicos são considerados de grande intensidade, classificados como desastres de Nível 3, que é caracterizado por danos e prejuízos elevados”, diz a nota.
O decreto ainda detalha que “as situações de risco enfrentadas pelos municípios do Estado em função desses eventos meteorológicos estão ocasionando danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas”.
As chuvas que assolam o Estado superam — de longe — as médias históricas esperadas para esse período do ano.
A cidade de Santa Maria, por exemplo, registrou 533,3 milímetros de chuva em 10 dias, entre 26 de abril e 5 de maio.
O número é 3,5 vezes maior do que o esperado para o mês de abril inteiro.
Taxas parecidas podem ser observadas em algumas das principais regiões do Estado, como você confere abaixo.
Em Porto Alegre, o lago Guaíba superou todos os recordes anteriores de cheia.
Em situações normais, segundo a prefeitura do município, esse corpo hídrico tem 1,3 metro nos pontos de medição.
Quando ele fica entre 1,3 e 1,8m, considera-se que está num nível “alto”.
Acima de 1,8m, as autoridades entendem que a situação exige atenção. Já quando o rio chega a 2,1m, é decretado nível de alerta.
O recorde anterior de cheia havia sido estabelecido em 1941, quando o Guaíba chegou a 4,76m.
Como você confere no gráfico a seguir, o rio ultrapassou essa marca na noite de 3 de maio, ao atingir 4,77m.
Já no domingo (5/5), ele chegou a 5,33m, o máximo observado até o momento.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também divulgou um mapa das áreas de risco na região metropolitana (veja mais abaixo).
As autoridades orientam que os moradores desses locais procurem um local seguro — e fiquem atentos às atualizações sobre abrigos e rotas de fuga.
A Defesa Civil pede que ninguém atravesse alagamentos a pé ou de carro.
Comente aqui