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As necessárias “heresias” de Lula

Encasteladas em dogmas neoliberais, elites e velha mídia tentarão manter o garrote da austeridade, caso ex-presidente seja eleito. Mas reconstruir o país exigirá ampliar gastos públicos – e colocar o Estado no centro da dinâmica econômica e social

Por: Paulo Kliass

Caso as tendências apontadas pela maioria das pesquisas de opinião sejam confirmadas pelas urnas, existe mesmo uma forte probabilidade de que Lula saia vitorioso do pleito marcado para outubro próximo. Apesar de todas as cautelas ainda necessárias para evitar a postura do salto alto e o clima traiçoeiro do “já ganhou”, o fato é que todos os institutos de pesquisa, com um mínimo de respeitabilidade na função de avaliar a intenção de voto do eleitorado, apontam para um resultado contrário às intenções de Bolsonaro. Se as eleições fossem realizadas hoje ou em qualquer um dos inúmeros momentos pesquisados desde meados do ano passado, o resultado seria favorável ao ex-presidente, que receberia mais de 50% dos votos válidos, seja no primeiro ou no segundo turno.

Esse quadro indica uma possibilidade concreta de mudança na orientação da política governamental a partir de janeiro do ano que vem e está na base da explicação para essa vasta gama de iniciativas visando influenciar a conformação do programa de ação de um eventual novo mandato de Lula. Na verdade, trata-se de um movimento de mão dupla, onde o núcleo duro da campanha avança algumas pinceladas junto ao conjunto da sociedade e a setores estratégicos da economia, ao mesmo tempo em que se intensifica a temporada de caça aos influenciadores e formuladores das futuras políticas públicas.

 

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